Dados do Trabalho
Título
Telecardiologia em avaliação de risco perioperatória: análise descritiva de teleinterconsultas na Região Norte e Centro-Oeste do país
Resumo
Introdução: Cerca de 300 milhões de grandes cirurgias são realizadas em todo o mundo anualmente e uma avaliação de risco individualizada é capaz de reduzir complicações perioperatórias. A telemedicina facilita o acesso a especialistas, porém, a resolutividade desta avaliação não é completamente conhecida. Objetivos: Este estudo teve o objetivo de fazer uma análise descritiva de dados oriundos do teleatendimento de pacientes encaminhados para avaliação perioperatória de cirurgias não-cardíacas. Metodologia
Estudo retrospectivo, realizado de fevereiro de 2020 a março de 2024, com pacientes avaliados por telecardiologia no projeto PROADI-SUS. Foram incluídos adultos (> 18 anos), encaminhados para avaliação de risco perioperatória. Resultados: Foram analisados 1892 pacientes que passaram em avaliação pela primeira vez, com mediana de 51 (41-64) anos. Dentre as cirurgias, 961 (50,79%) eram intra-abdominais, 561 (29,65%) urológicas/ginecológicas, 305 (16,12%) de baixo risco e 65 (3,43%) outras cirurgias. A maioria dos pacientes (71,32%) foram liberados em uma única consulta e apenas 2 foram orientados a procurar atendimento presencial. Foram estratificados como baixo risco 65,47% dos pacientes, 1,55% risco intermediário, 1,35% alto risco e 31,63% não tiveram risco final calculado na consulta inicial por falta de informações. Destaca-se que 95,14% dos pacientes eram assintomáticos. O sedentarismo estava presente em 917 (48,47%) dos pacientes, 599 (31,66%) relatavam atividade em torno de 4 METS e 376 (19,87%) acima de 4 METS. Em relação aos eletrocardiogramas disponibilizados, 90% eram normais. Dos pacientes que tiveram retorno solicitado, 428 (72,3%) foram orientados a retornar com exames laboratoriais, 238 (39,9%) com eletrocardiograma, 9 (1,5%) com teste de esforço, 2 (0,33%) com cintilografia, 2 (0,33%) com ecocardiograma e 10 (1,67%) com outros exames. Em relação a orientações medicamentosas, 212 (11,2%) tiveram otimização de anti-hipertensivos, 36 (1,9%) prescrição de betabloqueador e 196 (10,3%) prescrição de estatina. A suspensão de medicação antiagregante ou anticoagulante foi orientada em 153 (8%) dos pacientes. Em 279 (14,7%) dos pacientes foi orientado monitorização pós-operatória com eletrocardiograma e coleta de troponina seriada.Conclusão: Este estudo exploratório demonstra que a maioria dos cardiologistas consegue estratificar o risco perioperatório via telemedicina numa primeira consulta, em uma população predominantemente de baixo risco.
Palavras Chave
Telemedicina. Cardiologia. Avaliação perioperatória
Área
SAÚDE DIGITAL / INOVAÇÃO
Categoria
Pesquisador
Autores
TARSO AUGUSTO DUENHAS ACCORSI, LUCIANA DORNFELD BICHUETTE, FLAVIO MOREIRA TOCCI, RENATA ALBALADEJO MORBECK, DANIELA CALDERARO, CARLOS HENRIQUE SARTORATO PEDROTTI