Dados do Trabalho

Título

Reversão completa de aparelho mitral adinâmico em paciente vítima de infarto agudo do miocárdio: Relato de caso.

Resumo

Paciente feminina, 91 anos, previamente portadora de HAS, dislipidemia, FA paroxística e insuficiência mitral moderada, deu entrada em pronto socorro com queixa de dor precordial, sudorese, náusea e dispneia. À admissão realizado ECG que demonstrou bloqueio de ramo esquerdo (BRE) novo. Paciente evoluiu com instabilidade hemodinâmica e respiratória com quadro de choque cardiogênico, sendo necessária intubação orotraqueal e início de drogas vasoativas (DVA). Ainda em leito de emergência foi realizado ecocardiograma transtorácico (EcoTT) que demonstrou presença de insuficiência mitral importante com falha de coaptação, sem alteração segmentar e presença de diversas linhas B em janela pulmonar sendo aventada hipótese de insuficiência mitral aguda secundária a infarto agudo do miocárdio (IAM). A paciente foi transferida em caráter de urgência para setor de hemodinâmica e submetida a cineangiocoronariografia que demonstrou lesão suboclusiva em terço médio de artéria descendente anterior sendo implantado stent com restabelecimento de fluxo TIMI III. Paciente evoluiu de forma satisfatória com redução de doses de DVAs e melhora respiratória, sendo realizado novo EcoTT que evidenciou reversão total do quadro valvar com valva mitral apresentando abertura preservada e refluxo discreto e ECG com reversão do BRE. Discussão: A insuficiência mitral (IM) é classificada etiologicamente em primária, resultante de deformidade estrutural valvar e secundária devido a dilatação de cavidades ou isquemia (Carpentier Ib e IIIb). Nos quadros isquêmicos, como o da paciente em questão, a apresentação costuma ser grave com alterações hemodinâmicas importantes, em parte, pela falta de tempo do átrio e ventrículo esquerdo se adaptarem a sobrecarga volumétrica e a sua presença tem implicações prognósticas após infarto do miocárdio. Cho JY, et.al. demonstrou a partir de 11.811 pacientes inscritos no registro coreano de IAM que o grau da IM foi um excelente indicador na previsão eventos cardiovasculares em um ano. A intervenção precoce coronariana realizada em tempo hábil pode melhorar a IM funcional e afetar favoravelmente o processo de remodelação ventricular e interferir positivamente na ocorrência de eventos. Portanto, baseado nos dados disponíveis atualmente e avaliando a melhora da função mitral da paciente em questão, conclui-se que a revascularização miocárdica precoce deve ser ativamente buscada, no menor tempo possível, nos casos e disfunção mitral secundária a isquemia miocárdica

Palavras Chave

Insuficiência Mitral; Infarto Agudo do Miocárdio; Angioplastia de coronárias

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