Dados do Trabalho
Título
Trombo aórtico mural complicado com múltiplas embolizações em epidemiologia incomum - relato de caso raro e desafiador de hospital universitário
Resumo
Introdução: o trombo aórtico mural (TAM) é uma patologia rara, que ocorre quando um trombo fica anexo à parede aórtica na ausência de alterações estruturais (doença aterosclerótica ou aneurismática) ou de fonte cardio-embólica. Apresenta incidência estimada de 0,8-9%. Afeta mais frequentemente o adulto jovem. Apresenta mau-prognóstico com sobrevida de até 14 meses. A anticoagulação isolada está associada a recorrência embólica em 25-50% dos casos, persistência do trombo em 35% e necessidade de cirurgia aórtica em até 31%. Sendo assim o objetivo é relatar caso grave atendido em hospital universitário (HU). Relato de caso: paciente do sexo feminino, 69 anos, tabagista, hipertensa e dislipidêmica. Admitida em HU por disartria de início súbito há 2 horas associada a desvio de rima para a esquerda. Além de, dor torácica típica. ECG com ritmo sinusal e supradesnivelamento de ST em DII, DIII e aVF. Angiotomografia de aorta, crânio, tórax e abdome evidenciou trombos instáveis com projeção para o lúmen aórtico ao nível do arco aórtico. Áreas hipoatenuantes corticossubcorticias na região occipitoparietal direita e áreas de isquemia hepática, esplênica e renal bilateral. Além de pneumoperitônio por úlcera gástrica perfurada, submetida a gastrectomia subtotal (biópsia sem neoplasia). Cateterismo mostrou primeiro ramo diagonal com estenose de 80% no terço médio, angioplastado com sucesso. Artéria descendente anterior sem lesões graves. Artérias circunflexa e coronária direita ocluídas em terço proximal e terço distal respectivamente. Ecocardiograma com fração de ejeção de 46%, acinesia inferior e hipocinesia lateral. Evoluiu com oclusão das artérias tibial anterior e posterior, terço proximal da artéria fibular e dorsal do pé. Investigação negativa para trombofilias. Necessitou de drogas vasoativas e suporte inotrópico para compensação clínica. Recebeu alta hospitalar com hemiparesia esquerda leve, em uso de terapia tripla e demais medicações otimizadas. Acompanhamento de 3 anos mantém sequela neurológica, sem recorrência de trombo em aorta ou novas embolizações. Conclusão: esse relato enfatiza a necessidade de desenvolvimento de mais estudos sobre o TAM, quanto à natureza da doença, diagnóstico, tratamento e prognóstico. Tendo em vista que, é uma doença de difícil diagnóstico, com alta incidência de complicações e mortalidade elevada. Além de ressaltar a necessidade de suspeitar dessa patologia mesmo em epidemiologia incomum.
Palavras Chave
trombo aórtico mural
Área
DOENÇAS CARDIOVASCULARES NEGLIGENCIADAS
Categoria
Iniciação Científica
Autores
JORGE MARCELO NAPOLEON MEDINA CABELLOS, PAULA SANTIAGO TEIXEIRA, ANDRÉ KIYOSHI MIYAHARA, JOÃO PEDRO BENEVIDES DE OLIVEIRA, JULIA RODRIGUES LAGE, FERNANDA KITABASHI RORATO, LIVIA SUZUKI FASSANI , MARIA FERNANDA RODRIGUES MENEZES, ADRIANO H. P. BARBOSA