Dados do Trabalho
Título
Indicação de CDI como profilaxia primária na Síndrome de Brugada: Um Relato de Caso
Resumo
Introdução: A síndrome de Brugada (SB) é uma condição genética autossômica dominante, com expressão variável, na qual apresenta mutação no gene SCN5A que codifica os canais de sódio cardíacos, formando um substrato arritmogênico que se associa a um alto risco de arritmias ventriculares malignas e morte súbita. Por este motivo, o implante do cardiodesfibrilador implantável (CDI) é uma medida crucial para prevenir eventos fatais, mas sua indicação ainda é um desafio. Relato do Caso: Homem, 47 anos, sem comorbidades prévias ou morte súbita na família, procurou pronto-socorro devido a dor torácica atípica há 2 semanas e palpitações. No início dos sintomas, a frequência cardíaca atingiu 120 bpm, com melhora espontânea. Ainda relatou episódio de síncope aos 15 anos. Na admissão, foi solicitado eletrocardiograma (ECG) que revelou presença de padrão tipo 1 de Brugada (supradesnivelamento do segmento ST nas derivações precordiais V1 e V2), por este motivo, procedido com internação para investigação. Dentre os exames realizados, o holter encontrava-se dentro da normalidade e o estudo genético foi negativo apesar de haver outros casos posteriormente diagnosticados na família. Realizado estudo eletrofisiológico (EEF) que induziu taquicardia ventricular polimórfica e fibrilação ventricular tratada com desfibrilação utilizando 200J e contribuindo para fechar o diagnóstico de SB e indicação do implante de CDI, procedimento que foi realizado com sucesso. Discussão: A indicação de CDI na SB baseia-se na correta estratificação de risco do desenvolvimento de arritmia ventricular maligna. Dentre algumas estratificações propostas, Sieira e colaboradores classificam o paciente de acordo com o risco de morte súbita em 10 anos, baseado em 6 critério: ECG tipo 1 de Brugada espontâneo, história de morte súbita abortada (pessoal ou familiar precoce) EEF indutivo de arritmia maligna, síncope e disfunção do nó sinusal. Pacientes alocados no grupo de alto risco são elegíveis para o implante do dispositivo como profilaxia primária. No entanto, os pacientes de baixo risco, apesar de menor incidência de eventos, quando o apresentam, por vezes é fatal. Portanto, a decisão sobre o implante do CDI, deve ser sempre individualizada e compartilhada com o paciente. Conclusão: A SB é uma causa importante de morte súbita em pacientes jovens sem comorbidades. O correto manejo, incluindo a indicação de CDI, é essencial para prevenir eventos graves.
Palavras Chave
sindrome de Brugada; cardiodesfibrilador implantável
Arquivos
Área
ARRITMIAS CARDÍACAS/ ELETROFISIOLOGIA/ ELETROCARDIOGRAFIA
Categoria
Pesquisador
Autores
ANA BEATRIZ NEPOMUCENO CUNHA, RAFAEL RAFAINI LLORET, THALITA GONÇALVES DE SOUSA MERLUZZI, CLER DAVID OLIVEIRA, ISABELLA DE CAMARGO PRETO PISCOPO, JOSÉ HIAGO DE FREITAS DAMIAO, TARSO AUGUSTO DUENHAS ACCORSI, MATHEUS RODRIGUES AMORIM DE OLIVEIRA, EDUARDO FERREIRA AMORIM