Dados do Trabalho
Título
Análise epidemiológica das internações e mortalidade por cardiopatia reumática crônica na população pediátrica no Brasil nos últimos 10 anos.
Resumo
Introdução: A cardiopatia reumática crônica é um desafio de saúde pública no Brasil, sendo a forma mais grave de manifestação da febre reumática, a única que pode deixar sequelas a longo prazo e acarretar óbito. Este estudo busca compreender padrões de internação e mortalidade, visando intervenções eficazes.
Objetivo: Analisar a epidemiologia da cardiopatia reumática crônica na população pediátrica brasileira, utilizando dados do DATASUS.
Metodologia: O presente estudo consiste em uma análise epidemiológica descritiva baseada em dados secundários obtidos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), referentes a internações, óbitos e taxa de mortalidade por cardiopatia reumática crônica na população pediátrica, até os 19 anos, do Brasil, abrangendo o período de março de 2014 a março de 2024. As variáveis consideradas foram faixa etária, sexo e cor/raça.
Resultados: Durante o período analisado, foram registradas 4.142 internações e 139 óbitos devido à cardiopatia reumática crônica, com uma taxa de mortalidade média de 3,36. Para o sexo masculino, observou-se um total de 2.196 internações, 73 óbitos e uma taxa de mortalidade de 3,32. No grupo feminino, os números foram de 1.946 internações, 66 óbitos e uma taxa de mortalidade de 3,39. Quanto à distribuição por cor/raça, as taxas de mortalidade foram de 8,33 para Indígenas, 4,17 para Pretos, 4,08 para Amarelos, 3,81 para Brancos, 3,66 para Pardos. Na faixa etária de menores de 1 ano, a taxa de mortalidade foi mais elevada (7,03) em comparação com a média geral (3,36), com um total de 455 internações e 32 óbitos. O grupo etário com o maior número de internações e óbitos foi o de 15 a 19 anos, com 1.385 internações e 65 óbitos, respectivamente.
Conclusão: O estudo revela disparidades na mortalidade por cardiopatia reumática crônica na faixa etária e cor/raça, na população pediátrica brasileira. Destaca-se a necessidade de intervenções específicas para reduzir essas discrepâncias na população menor de 1 ano, que apresenta maiores índices de mortalidade, provavelmente devido ao mau prognóstico de doenças cardíacas nessa faixa etária. Medidas como a utilização precoce de penicilina - um antibiótico relativamente barato - para tratamento de infecções estreptocócicas causadoras de faringoamigdalites é capaz de reduzir os casos de febre reumática e, consequentemente, a taxa de mortalidade de cardiopatia reumática crônica.
Palavras Chave
Cardiopatia Reumática; Febre Reumática; População pediátrica
Área
CARDIOLOGIA CONGÊNITA E PEDIÁTRICA
Categoria
Iniciação Científica
Autores
LUIZA FIGUEIREDO NASCIMENTO, LUCAS GABRIEL GUEDES E SILVA , ISADORA PONTELLO DE ASSIS MACIEL, ANA PAULA CAMPOS MACIEL