Dados do Trabalho


Título

Preditores da Ocorrência de Distúrbios Avançados do Ritmo Cardíaco Após Implante Percutâneo de Bioprótese Aórtica: Avaliação Simplificada a Partir do ECG, Dados Clínicos e Ecocardi

Resumo

Introdução: Com o aumento das indicações de implante percutâneo de bioprótese aórtica (TAVI), torna-se necessária a monitorização de preditores de complicações.
Objetivos: Avaliar os preditores de distúrbios graves de condução após implante de TAVI, a partir de variáveis da prática clínica.
Métodos: Estudo observacional, unicêntrico, com coleta prospectiva de dados de pacientes consecutivos portadores de estenose aórtica submetidos a implante de TAVI. Dados clínicos e do procedimento foram coletados em formulário padrão (RIBAC). Dados ecocardiográficos foram coletados do último exame pré-implante, e também do ecocardiograma antes da alta hospitalar. Holter 24h foi realizado 48 a 72h pós-implante, com análise por observador único. O desfecho de interesse foi a ocorrência de distúrbio avançado do ritmo (DAR), definido como indicação de marcapasso definitivo pós-TAVI ou ocorrência de intervalo PR >240ms, na presença de bloqueio do ramo esquerdo (BRE) novo ou pré-existente, ao Holter pós-implante. Regressão logística multivariada, ajustada por idade, foi empregada para avaliar variáveis associadas ao DAR.
Resultados: Foram incluídos 183 pacientes, com idade média de 82±7 anos, 59% homens; 82,5% eram hipertensos, 38,8% diabéticos e 44,0% tinham doença coronariana. A mortalidade pelo STS escore foi de 7,2±1,8%, 18,2% tinham fragilidade moderada a grave e 131 (71,6%) tinham dispnéia classe NYHA≥2. Foram implantadas próteses balão-expansíveis (Sapien, Myval) em 64 (35%), auto-expansíveis (Corevalve, Evolute) em 89 (51%) e auto-expansíveis de 2 estágios (Acurate) em 25 (14%). No total, 37 (20,2%) dos pacientes tiveram o desfecho DAR. As idade foi semelhante entre os grupos com e sem DAR (83±7 x 81±7 anos, p=0,36), assim como as taxas de hipertensão, diabetes, pneumopatia e doença coronariana. Ao eco, a fração de ejeção do VE (62±9% x 62±10%, p=0,92) e o diâmetro atrial esquerdo foram semelhantes entre os grupos. DAR foi mais frequente em pacientes com próteses balão-expansíveis (26,6% x 16,7%, p=0,08), e naqueles com distúrbios de condução intra-ventricular (BRD ou BRE) (36,4% x 16,7%, p=0,013) e com BRE isolado (37% x 17,3%, p=0,022) ao ECG basal. O único preditor independente de DAR na amostra foi a presença de BRD/BRE (OR: 2,5 (IC95% 1.1 – 5,9, p=0,03).
Conclusão: Bloqueios de condução intra-ventricular são preditores independentes de distúrbios graves do ritmo após o implante de TAVI, após ajuste por variáveis clínicas, e este grupo requer monitorização específica.

Palavras Chave

TAVI; Bloqueio atrioventricular; preditores

Área

CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA

Categoria

Pesquisador

Autores

CLÁUDIA MADEIRA MIRANDA, MAÍRA FLÁVIA SILVA FERNANDES, MARCOS ANTÔNIO MARINO, BÁRBARA CAMPOS ABREU MARINO, ROBERTO LUIZ MARINO, WALTER RABELO, FERNANDO ANTÔNIO ROQUETTE REIS FILHO, LUIS EDUARDO DINIZ COUTO, ALEXANDRE JACKSON VON SPERLING VASCONCELLOS, ÁUREA RUBACK BONFIM, LUCAS CHAVES DIAMANTE, BRUNO RAMOS NASCIMENTO