Dados do Trabalho

Título

Aterosclerose acelerada cervical em paciente com histórico de neoplasia de cabeça e pescoço e de radioterapia local – Relato de caso

Resumo

O acidente vascular encefálico (AVE) é a segunda maior causa de mortalidade no mundo, podendo a mortalidade chegar até 40% ao final do primeiro ano. A presença de neoplasia de cabeça e pescoço além da realização de radioterapia (RT) cervical como tratamento, podem aumentar o risco, em média, 2,5 vezes maior que a população em geral e com maior incidência a partir de 5 anos após a exposição à radiação.


Paciente masculino, 58 anos, previamente hipertenso controlado e com histórico de neoplasia escamosa laríngea há 10 anos sendo tratado com RT cervical e laringectomia já com critérios de cura e sem outros fatores de risco cardiovascular. Paciente deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com relato de ter apresentado hemiplegia braquiocrural súbita à direita e afasia motora sendo diagnosticado com AVE, entretanto sem critérios para realização de terapia fibrinolítica devido à falta de delta T adequado. Foi transferido para hospital quaternário para realização de exames complementares e para realização de fisioterapia, onde apresentou ao ecodoppler de vasos cervicais e Angioressonância estenose maior de 70% na artéria carotídea comum esquerda ao nível do bulbo interno/bifurcação do ramo interno com efeito actínico tardio, definido assim a etiologia do AVE. Decidido conjuntamente com a equipe da cirurgia vascular pela realização de angioplastia no local da estenose realizada com sucesso e com alta precoce.


Devido a evolução tecnológica para diagnóstico e tratamento e consequentemente maior sobrevida dos pacientes oncológicos, é cada vez mais comum o aparecimento de casos semelhantes. Devido ao efeito actínico tardio na aterosclerose, a opção pelo tratamento cirúrgico é de exceção devido à dificuldade técnica do procedimento sendo priorizado a realização de angioplastia. A realização de estratificação do risco cardiovascular é fundamental para acompanhamento, sendo aconselhável o uso de estatinas precocemente e além do controle das comorbidades associadas.

Palavras Chave

Acidente Vascular Encefálico; Aterosclerose; Cardio-Oncologia

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