Dados do Trabalho


Título

Hipertensão Arterial Sistêmica Resistente em gestante com histórico de pré-eclâmpsia recorrente

Resumo

Introdução
A hipertensão arterial (HAS) resistente é uma condição caracterizada pela persistência da pressão arterial (PA) elevada apesar do uso otimizado e correto de três ou mais medicamentos anti-hipertensivos. Associada à gestação, implica em desfechos importantes que interferem na morbimortalidade materna, como a eclâmpsia, além de ser fator de risco para hipertensão crônica e doença cardiovascular. Em virtude disso, é uma situação crítica que necessita de intervenções específicas e cuidados adicionais para preservar a saúde materno-fetal. Este trabalho relata o caso de uma gestante com histórico de hipertensão gestacional e desenvolvimento de hipertensão resistente associada à pré-eclâmpsia grave.

Descrição do caso
Gestante, 31 anos, G3P2A0, com história prévia de HAS crônica e pré-eclâmpsia em gestações anteriores foi encaminhada à Maternidade Escola com 26 semanas de gestação, com queixas de mal-estar, distúrbios visuais, náuseas, vômitos e cefaleia. Fazia uso irregular de Metildopa 1500 mg/dia e possuía histórico familiar de HAS e Diabetes Mellitus 2. Ao exame físico, evidenciou-se dispneia, frequência cardíaca e PA elevadas e SpO2 92%. No exame obstétrico, constatou-se altura uterina aumentada, batimentos cardíacos fetais presentes e colo uterino grosso posterior e impérvio. Após cesárea segmentar por pré-eclâmpsia grave e sofrimento fetal agudo, o controle pressórico tornou-se desafiador, exigindo múltiplos anti-hipertensivos. Foi suspenso o metildopa e introduzido, de forma escalonada até a dose máxima, captopril, nifedipino, hidroclorotiazida (HCTZ) e propranolol, sem resultados. Em razão do difícil controle foi solicitado parecer da cardiologia a partir da realização de ecocardiograma, cuja conclusão foi assincronia septal com função sistólica preservada, hipertrofia concêntrica de ventrículo esquerdo de grau discreto e insuficiência mitral, pulmonar e tricúspide de graus discretos. No sétimo dia de pós-operatório, suspendeu-se a HCTZ e o captopril e acrescentou-se losartana e furosemida. No décimo terceiro dia pós-operatório, a paciente apresentava PA controlada e recebeu alta, seguida com a prescrição adequada e substituição da furosemida e retorno à HCTZ.

Conclusões
Destaca-se a importância do controle pressórico na gestação, evitando complicações como a pré-eclâmpsia e a interrupção precoce da gravidez, bem como a adesão adequada ao tratamento e o acompanhamento médico constante para evitar o desenvolvimento de HAS resistente.

Palavras Chave

Hipertensão Arterial; Pré-Eclâmpsia; Gravidez

Área

HIPERTENSÃO / DESNERVAÇÃO RENAL

Categoria

Iniciação Científica

Autores

RÍCIA MEDEIROS PALMEIRA DE ARAÚJO, SABRINA MARQUES GUEDES, DAVID MEDEIROS NERY, YASMIN MARIA DO NASCIMENTO LIMÃO, TEREZA CRISTINA BATISTA DIAS, LUCAS AURÉLIO DANTAS SILVA, GERSON BARBOSA DO NASCIMENTO