Dados do Trabalho
Título
Variante chr18:31,598,655 G>A em heterozigose na posição 142 em paciente com diagnóstico de amiloidose ATTR: o que esperar?
Resumo
Introdução
A amiloidose é uma doença infiltrativa, podendo ser de caráter localizado ou sistêmico, onde o grau de acometimento, principalmente cardíaco pode definir prognóstico. Causa reconhecida de cardiomiopatia de fenótipo restritivo, evoluindo potencialmente com insuficiência cardíaca e polineuropatia. Existem mais de vinte tipos de proteína amiloide, com maior destaque para as de cadeia leve e a relacionada a transtirretina (ATTR).
Descrição do caso
Paciente de 74 anos, sexo masculino, com queixa de dispneia progressiva, pior evolutivamente no último ano, classe funcional III, associado a dor articular. Iniciado avaliação com ecocardiograma com aumento de átrio esquerdo, hipocinesia leve de parede inferior. Ressonância cardíaca com fração de ejeção preservada, átrio esquerdo de 119 ml, hipertrofia miocárdica global e simétrica medindo 17 mm no septo basal, além de realce tardio do miocárdio anormal (captação tardia pelo meio de contraste, com distribuição predominantemente transmural, acometendo todos os segmentos do ventrículo esquerdo, ventrículo direito e átrio esquerdo), aspecto sugestivo de amiloidose. Imunofixação sérica com a presença de proteína monoclonal IgG/Lambda, além de pesquisa de cadeia leve com relação kappa/lambda normal. Cintilografia com administração de pirofosfato-99mTC, com captação difusa do radiofármaco em topografia de área cardíaca nas imagens de 1 e 3 horas, bem como as imagens tomográficas (SPECT-CT) permitem localizar essa hipercaptação nas paredes do ventrículo esquerdo, sugerindo infiltrado amiloide transtirretina. Além disso, foi realizado sequenciamento do gene TTR, para pesquisa de variantes genéticas, tendo sido identificada em heterozigose a variante chr18:31,598,655 G>A, promovendo a substituição do aminoácido valina na posição 142 por isoleucina. Variante esta já descrita na amiloidose cardíaca em homozigose em 3 e em heterozigose em 435 entre cerca de 141 mil indivíduos de banco populacional, sendo considerada patogênica, porém de baixa penetrância.
Conclusões
Variantes patogênicas em heterozigose no gene TTR levam a susceptilidade à amiloidose hereditária relacionada a transtirretina, condição geneticamente determinada de herança autossômica dominante, mas que apresenta penetrância incompleta e expressividade variável. Caracteriza-se por neuropatia periférica, acompanhadas de cardiomiopatia, nefropatia e opacificação de corpo vítreo. Sendo neste caso, indicado o tafamidis devido ao acometimento neurológico.
Palavras Chave
Amiloidose; Cardiomiopatia restritiva; Diagnóstico.
Arquivos
Área
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA / CARDIOMIOPATIA/ TRANSPLANTE
Categoria
Pesquisador
Autores
VITÓRIA FREITAS SILVA, GABRIEL MONTEIRO FROEDE, JOÃO PAULO MONTEIRO DE SOUZA , MARIA LUIZA GORGA , ANA CAROLINA ROCHA E SILVA, GABRIEL VIEIRA PIREDDA, SARAH PINI DE SOUZA, IGOR ALTOÉ DA SILVA, FABIANA BENEVIDES PONTES, GUILHERME MARCOS LEVY LAMELLA, MARCELLE GONÇALVES HENRIQUES LIZANDRO, MARIA SÍLVIA DA FONSECA E SILVA LEVY