Dados do Trabalho


Título

LESÕES RENAIS SUBCLÍNICAS E INFLAMAÇÃO NOS DIFERENTES FENÓTIPOS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

Resumo

Introdução
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é o principal fator de risco modificável com associação independente, linear e contínua com a doença renal crônica (DRC) no Brasil, e ambas aumentam o risco cardiovascular (RCV). Ademais, a presença de um estado inflamatório contribui para o desenvolvimento e perpetuação dessas condições.

Objetivo
Avaliar a prevalência de lesões subclínicas nefrológicas e sua relação com um marcador inflamatório, a Proteína C Reativa - Ultrassensível (PCR-US), em indivíduos com diferentes níveis de gravidade de HAS.

Métodos
Estudo transversal da linha de pesquisa do Estudo CuidArt em adultos de 20 a 65 anos com diferentes níveis de HAS (pré-hipertensão, hipertensão arterial essencial e hipertensão arterial resistente). Foram avaliados dados sociodemográficos, antropométricos e fatores de RCV tradicionais. Realizou-se a aferição da pressão arterial (PA) de consultório por aparelho digital e Monitorização Residencial de Pressão Arterial (MRPA). Avaliou-se a presença de lesões subclínicas renais pela dosagem da albuminúria e da taxa de filtração glomerular (TFG), calculada pela fórmula CKD-Epi, e suas correlações com os níveis séricos da PCR-US.

Resultados
Foram avaliados 138 indivíduos, 73 (52,9%) do sexo feminino com idade média de 47,7 ± 11,0 anos, 31 (22,5%) pré-hipertensos, 66 (47,8%) hipertensos e 41 (29,7%) hipertensos resistentes. Analisando as características sociodemográficas e clínicas segundo a gravidade da HAS, os hipertensos apresentam maior prevalência de autodeclarados pretos e pardos (62,1%), em especial nos hipertensos resistentes (75,6%). Nos fatores tradicionais, há uma alta prevalência de diabéticos nos hipertensos resistentes (41,5%). Esse grupo também apresentou maior prevalência de doença cardiovascular prévia (22%), em especial doença cerebrovascular (14,6%). Os valores de albuminúria se mostraram maiores nos hipertensos resistentes (4,9 [0,3-10,5]) comparados com pré-hipertensos (4,0[1,9-5,6]) e hipertensos (3,9[1,7-8]). Observou-se menor TFG nos hipertensos resistentes (82 ± 24), comparados com pré-hipertensos (92 ± 28) e hipertensos (90 ± 26). A PCR-US foi mais elevada nos hipertensos resistentes (1,40[0,26-3,02]), reduzindo nos hipertensos (1,00[0,43-3,45]) e pré-hipertensos (0,80[0,33-3,11]).

Conclusões
Houve uma redução progressiva da função renal refletida pela taxa de filtração glomerular e aumento da albuminúria que acompanhou o aumento dos níveis de inflamação sistêmica avaliado pela PCR-US.

Palavras Chave

HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA; INFLAMAÇÃO; Doença Renal Crônica.

Área

ATEROSCLEROSE / FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES / PREVENÇÃO CARDIOVASCULAR

Categoria

Iniciação Científica

Autores

THOMÁS BARBOSA LEAL DE SOUZA, MARIANA TAVARES ADEODATO DE SOUZA, HARRISON JAMES WESTGARTH, GIOVANNA FRANCESCA FERREIRA MASELLI, THIAGO RAVACHE SOBREIRA LEITE, MARIA CAROLINA BEDRAN ANANIAS, JÚLIA CHAVES ANTUNES REIS, RAFAELA MILLER TENENBAUM, SARA DOS SANTOS LIMA, CAROLINE DA VEIGA SILVA, ELIZABETH SILAID MUXFELDT, INAH MARIA DRUMMOND PECLY