Dados do Trabalho
Título
Síndrome de Williams com parâmetros cardíacos indicativos de gravidade e tomada de decisão complexa
Resumo
INTRODUÇÃO
A Síndrome de Williams-Beuren é caracterizada por fácies peculiares, anomalias oculares, dentárias, cardiovasculares, renais e esqueléticas, sendo consequência da deleção de genes contíguos presentes no cromossomo 7. 80% dos pacientes podem apresentar estenoses de artérias sistêmicas e/ou pulmonares, sendo a estenose aórtica supravalvar mais frequente (64% dos casos). Outras cardiopatias incluem estenose da artéria pulmonar, hipoplasia da aorta, coarctação da aorta, prolapso de válvula mitral e defeitos septais. A estenose costuma ser diagnosticada na infância, apresentando clínica variável e podendo ser uma lesão progressiva ou estável.
RELATO
Homem de 27 anos com Síndrome de Williams, aos 4 meses, foi diagnosticado com estenose aórtica, estenose pulmonar com sobrecarga ventricular e persistência do canal arterial (PCA) (figura 1). Aos 2 anos estava com cirurgia marcada, porém abandonou tratamento e retornou aos 4 anos. Abandonou novamente, retornando aos 6 anos por piora da classe funcional, sendo então realizada a cirurgia de ressecção de membrana subaórtica, correção da estenose supra aórtica com plastia de aorta ascendente com pericárdio bovino e fechamento de PCA. Aos 8 anos, assintomático, realizou ecocardiograma TT (ETT) que demonstrava gradiente médio ventrículo esquerdo/aorta (VE/AO) de 80mmhg, mas com cateterismo com gradiente pico de 35mmhg. Aos 15 anos, com piora da classe funcional e ETT com gradiente médio 75mmhg, realizou nova ressecção de membrana supra aórtica residual. Aos 18 anos, assintomático, realizou ETT que demonstrou gradiente médio VE/AO 50mmhg com insuficiência aórtica (IAO) moderada a grave. Aos 21 anos, assintomático, com gradiente médio VE/AO 51mmhg e manutenção da IAO, perdeu acompanhamento até os 25 anos (período da pandemia). Aos 27 anos, retorna à consulta com nova piora da classe funcional e ETT com IAO grave, gradiente médio VE/AO 60mmhg, sendo considerado para a terceira cirurgia.
CONCLUSÃO
Apesar dos parâmetros cardíacos indicativos de gravidade desde os 18 anos, hoje, com 27 anos, sustentou-se sem realizar a cirurgia cardíaca e ainda com possibilidade da terceira cirurgia. Cardiopatias congênitas nos levam a tomadas de decisões diferenciadas em relação ao adulto. Pode ocorrer subestimação dos sintomas devido a autolimitação, além do sofrimento por inúmeras cirurgias ao longo da vida, fato que aumenta exponencialmente o risco em cada uma delas, tornando a decisão complexa e multidisciplinar.
Palavras Chave
Síndrome de Williams-Beuren; Cardiopatia Congênita;
Arquivos
Área
CARDIOLOGIA CONGÊNITA E PEDIÁTRICA
Categoria
Iniciação Científica
Autores
ISABELLE EL MANN COHEN, LARA LARA, ISABELLA LOPES NUNES ROCHA, ANA CLARA BARROS PORTO CARREIRO, PRISCILLA HENRIQUE DE MOURA LOPES, THAISSA SANTOS MONTEIRO, FÁBIO AKIO NISHIJUKA