Dados do Trabalho

Título

Conhecimento de leigos sobre auxílio à uma Parada Cardiorrespiratória e associação da arritmia como fator de risco

Resumo

A principal causa de mortalidade ao redor do globo é de origem cardiovascular. A parada cardiorrespiratória (PCR) trata-se da ausência de batimento cardíaco e consequente interrupção do fluxo sanguíneo e suspensão da perfusão circulatória aos órgãos e tecidos do indivíduo. Uma das causas é arritmia cardíaca não tratada em um evento súbito. No ambiente extra-hospitalar, o atendimento por leigos é essencial para a manutenção da vida da vítima até a chegada do socorro especializado, no entanto, no Brasil, existe um déficit na expertise do público leigo para a prestação de atendimento a essa ocorrência, o que acarreta maior tempo sem atendimento, ou prestação de auxilio de baixa eficácia, fatores que interferem na chance de sobrevivência da vítima. O objetivo do presente estudo é analisar o conhecimento de prestação de auxílio à vítima de PCR extra-hospitalar por leigos e associar esse conhecimento com a quantidade de óbitos que, caso houvesse um amplo contato da população em geral com os primeiros socorros necessários para suporte à vítima, a sobrevida poderia ter diferentes resultados. Foi realizada uma pesquisa com 102 alunos de uma universidade particular, com um questionário que continha dados sobre a presença ou ausência de um curso de primeiros socorros prévio e experiência de presenciar algum caso, além de perguntas relacionadas ao evento cardiovascular, a fim de entender o perfil dos participantes quanto ao entendimento teórico do manejo do sujeito que sofreu o evento cardiorrespiratório. Somado a isso, foi realizada uma busca no DATASUS – morbidade hospitalar do SUS (SIH/SUS) sobre a quantidade de óbitos por arritmia cardíaca no Brasil nos últimos 5 anos. Foram encontrados 44.235 casos de óbitos por transtornos de condução e arritmias cardíacas de fevereiro de 2019 até fevereiro de 2024 em caráter de atendimento de urgência. Essa causa de mortalidade pode estar associada a uma parada cardíaca súbita sem atendimento, o que corrobora com os dados gerados no questionário, onde, entre os 102 entrevistados, apenas 33 já tinham recebido alguma capacitação em primeiros socorros. Nesses mesmos alunos, foi perguntado se já presenciaram algum caso de parada cardiorrespiratória e 15 responderam afirmativamente. O quantitativo de óbitos nos últimos 5 anos por PCR gera um alerta para a necessidade de capacitação da população leiga no Brasil e a pesquisa realizada corresponde a uma realidade de inabilidade da população não-médica em dar suporte a uma vítima.

Palavras Chave

Arritmias Cardíacas; Parada Cardíaca Extra-Hospitalar