Dados do Trabalho


Título

GESTANTES E PUÉRPERAS PORTADORAS DE DOENÇA CARDIOVASCULAR CRÔNICA QUE DESENVOLVERAM SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE POR COVID-19 EM MATO GROSSO: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO

Resumo

Introdução: Atualmente, sabe-se que gestantes e puérperas possuem maior suscetibilidade ao desenvolvimento da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por COVID-19 e maior chance de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), uso de ventilação mecânica e parto prematuro. Por isso, o Ministério da Saúde orienta que gestantes e puérperas, até duas semanas pós-parto, sejam consideradas grupo de risco. Ademais, estudos demonstram altas taxas de mortalidade da COVID-19 quando associada à doença cardiovascular (DCV) crônica, como cardiopatias e hipertensão, sobrecarregando o sistema cardiovascular e piorando o estado funcional das doenças cardíacas subjacentes. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico de gestantes e puérperas portadoras de DCV crônica com SRAG por COVID-19 em Mato Grosso (MT) de 2020 a 2022. Métodos: Estudo quantitativo descritivo, a partir das notificações de SRAG por COVID-19 em gestantes e puérperas com DCV crônica em MT, de 2020 a 2022, obtidos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), segundo faixa etária, raça/cor, idade gestacional, sintomas respiratórios, hospitalização, UTI, suporte ventilatório e evolução. Resultados: Foram identificadas 22 gestantes e puérperas que possuíam como fator de risco a DCV crônica e desenvolveram SRAG por COVID-19 entre 2020 e 2022. Dessas, 13,6% tinham entre 10 e 19 anos, 54,5% entre 20 e 34 anos e 31,8% 35 anos ou mais. 81,8% eram de raça/cor parda e 9,1%, branca. Acerca da idade gestacional, 4,5% estavam no 1º trimestre, 18,2% no 2º e 45,5% no 3º. Sobre os sintomas respiratórios, 45,5% sentiram dispneia, 36,4% desconforto respiratório e 22,1% dessaturação de oxigênio (<95%). As hospitalizações ocorreram em 90,9% dos casos, sendo que 27,3% foram internadas em UTI. Foi utilizado suporte ventilatório invasivo em 9,1%, não invasivo em 13,6%, nenhum suporte em 50% e em 27,3% não há registros. Na evolução dos casos, 77,3% tiveram a cura, 4,5% morreram e em 18,2% não houve registro dessa informação. Conclusões: Os dados demonstram que a DCV crônica em gestantes e puérperas é um fator de risco importante para a hospitalização diante de um quadro de SRAG por COVID-19. A maioria dos casos se concentrou no terceiro trimestre, entre pardas de 20 a 34 anos. A dispneia foi o sintoma mais presente sendo notório que, embora a maioria tenha obtido a cura, houve alta demanda por hospitalização e UTI.

Palavras Chave

Covid-19; doença cardiovascular; Gestantes e Puérperas

Área

COVID-19 E SISTEMA CARDIOVASCULAR

Categoria

Iniciação Científica

Autores

AMANDA ALMEIDA AGUIAR, FRANCINE NESELLO MELANDA, CARLOS MATHEUS RIBEIRO DE MORAIS PIEROTE, MAX AURÉLIO GUIMARÃES COLARES MACIEL, GABRIEL LOUREDO COSTA RODRIGUES