Dados do Trabalho

Título

Taxa de internação hospitalar por insuficiência cardíaca no Brasil no intervalo 2000 a 2020: um estudo epidemiológico

Resumo

Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome comum e com um impacto considerável em escala global. Apesar dos avanços terapêuticos, pacientes com IC tratados no ambiente clínico enfrentam persistentemente altas taxas de mortalidade e hospitalização. Tal cenário é atribuído, em parte, às dificuldades na implementação de um acompanhamento clínico próximo e de um tratamento otimizado, essenciais para a melhoria do prognóstico desses pacientes. Existe uma escassa compreensão acerca do desfecho a longo prazo em pacientes com IC na região da América Latina. Observou-se uma prevalência significativa de má adesão às terapias fundamentadas em evidências tanto no momento da alta hospitalar quanto ao longo do acompanhamento de 12 meses. Objetivo: Analisar o desempenho dos serviços de saúde sobre a taxa de internação hospitalar por insuficiência cardíaca de residentes de 40 anos ou mais de idade, por 100 mil habitantes. Métodos: Trata-se de um estudo quantitativo, observacional, transversal e retrospectivo. Foi utilizada a plataforma PROADESS da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para coleta de dados na aba efetividade, indicador “Internação por insuficiência cardíaca”, nas 5 grandes regiões do país, no intervalo 2000 a 2021. Resultados: As regiões Sul e Centro-Oeste apresentaram os maiores índices de internações do IC nos últimos 20 anos. Em 2000, houve o maior número de internações em todas as cinco grandes regiões do país e houve queda gradativa nos últimos anos. A região Norte teve os menores índices de internação por IC. É evidente que esses dados refletem as condições de acesso aos serviços hospitalares, as quais estão correlacionadas com a disponibilidade desses serviços no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Isso parcialmente reflete o panorama nosológico da população residente em relação à causa em questão. Conclusão: Dessa forma, os estudos epidemiológicos são essenciais para que se conheça o contexto de prevenção de agravos, a fim de analisar as fragilidades da abrangência das ações e serviços de promoção da saúde, prevenção de riscos, e do diagnóstico e tratamento precoces, e para que gestores em saúde elaborem estratégias a fim de mitigar essa problemática.

Palavras Chave

insuficiência cardíaca; Serviços de Saúde; Hospitalização

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