Dados do Trabalho

Título

Neoplasia maligna de coração, mediastino e pleura: uma análise epidemiológica entre os anos 2015-2022.

Resumo

Introdução: Os cânceres do coração, mediastino e pleura (CCMP), raros, podem ser primários ou metastáticos. Geralmente assintomáticos nos estágios iniciais, mas com rápida progressão, com prognósticos desfavoráveis. A atenção primária à saúde possui um papel crucial na prevenção, especialmente reduzindo diferenças socioeconômicas que podem influenciar na incidência, dada a associação dos fatores de risco e sua difícil intervenção. Objetivos: Realizar análise epidemiológica do perfil de internações e letalidade de CCMP no Brasil, durante o período de 2015-2022. Métodos: Estudo epidemiológico ecológico de múltiplos grupos, utilizando variáveis sociodemográficas e clínicas do Sistema Único de Saúde do Ministério da Saúde (DATASUS). Resultados: Constatou-se 6.583 casos e aumento de 14,47% no número de óbitos por CCMP, entre 2015 e 2022. Entre os grupos etários, os óbitos se concentraram entre 60-69 anos (1.768, equivalente a 24,72%). Em relação à mortalidade por cor/raça, notou-se o predomínio entre brancos (54,65%). Dentre as regiões, o Sul teve destaque na mortalidade, com 0,047 óbitos a cada 100000 habitantes. Discussão: Os dados apresentados sugerem baixa prevalência e alta mortalidade das CCMP na população, com destaque para a faixa etária idosa. Além disso, evidências demonstram que pacientes com idade mais avançada têm menor probabilidade de receber as mesmas terapias oncológicas em relação aos mais jovens, em parte, devido a preocupações acerca da toxicidade do tratamento e pela lacuna em estudos e diretrizes voltados ao manejo dessa faixa etária. Nesse sentido, a alta mortalidade observada pelo estudo pode ser respaldada na rápida proliferação dos tumores cardíacos malignos associada à baixa sobrevida após a ressecção cirúrgica, além da difícil semiologia e lentidão diagnóstica dos tumores mediastinais e da malignidade da maioria dos tumores pleurais. Conclusão: Portanto, ainda que a prevalência de CCMP seja baixa, sua alta mortalidade chama atenção. A maior prevalência na faixa etária de 60-69 anos, sugere escassez e necessidade de mais estudos para esse grupo, como terapias oncológicas adequadas. Assim, seria interessante investimentos em pesquisa e desenvolvimento, objetivando diagnóstico precoce e tratamento eficaz.

Palavras Chave

Neoplasia maligna de coração mediastino e pleura; Epidemiologia; DATASSUS