Dados do Trabalho


Título

Mortalidade por Infarto Agudo do Miocárdio em Indígenas nas regiões Norte e Nordeste do brasil entre 2012 e 2022

Resumo

Introdução: Diante do aumento da incidência de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) na população brasileira, há uma contínua e alta relevância em avaliar o perfil de indivíduos acometidos por essa patologia. Predominante nas regiões Norte (N) e Nordeste (NE) do país, destaca-se a população indígena, que enfrenta um aumento da incidência dessa emergência clínica, principalmente devido ao crescente processo de urbanização e às mudanças no estilo de vida. A importância de analisar a epidemiologia do IAM nessa população relaciona-se à necessidade de elucidar as informações disponíveis e os fatores correlatos desse desfecho. Objetivos: Comparar o perfil epidemiológico e o número de óbitos por IAM entre indígenas, nas regiões N e NE do Brasil, entre 2012 e 2022. Métodos: Estudo epidemiológico descritivo, retrospectivo e comparativo, em que foi avaliado o perfil epidemiológico e o número de óbitos de indígenas por IAM, nas regiões N e NE do Brasil, entre 2012 e 2022. As variáveis analisadas foram: idade, sexo e ano de óbito. Os dados foram obtidos do DATASUS sob aplicação de análise estatística descritiva simples. Resultados: Entre 2012 e 2022, foram notificadas 516 mortes de indígenas por IAM no N e 697 no NE, o que equivale a 60,71% dos casos notificados no país para o mesmo grupo nesse período. Em ambas as regiões houve maior incidência em homens (67,24% no N e 56,24% no NE), associada a um aumento do número de eventos de acordo com a idade: abaixo de 40 anos (6,78% dos casos do N e 4,59% do casos do NE), de 40 a 49 anos (8,72% e 8,6%), 50 a 59 anos (13,76% e 12,33%), 60 a 69 anos (17,05% e 19,94%), 70 a 79 anos (19,76% e 21,37%) e acima de 80 anos (33,91% e 33,14%). O número de óbitos por IAM foi, em 2012 e 2022, respectivamente, 26 e 68 no N e 38 e 78 no NE, tendo havido um aumento médio por ano neste número de 12,94% no N e de 8,96% no NE. Conclusão: Os dados identificam o perfil de indígenas falecidos por IAM, entre 2012 e 2022, no Norte e no Nordeste, como majoritariamente do sexo masculino, entre 80 e 89 anos. O NE teve maior número de óbitos em relação ao N, que, entretanto, possui a maior população indígena do país. Isto sugere uma provável subnotificação dos óbitos nessa região, possivelmente associada a dificuldades logísticas no manejo e no acesso a comunidades isoladas. Ademais, o crescimento dos óbitos por IAM nas duas regiões destaca a urgência de uma abordagem atenciosa e direcionada à saúde cardiovascular desse grupo étnico.

Palavras Chave

Saúde de Populações Indígenas; Epidemiologia; Infarto Agudo do Miocárdio

Arquivos

Área

EPIDEMIOLOGIA E POLÍTICAS DE SAÚDE / SAÚDE GLOBAL

Categoria

Iniciação Científica

Autores

LUIS FELIPE MENDONCA DE OLIVEIRA , CATARINA FERREIRA COSTA PRAIA, ALEXANDRE CARRILHO BENTES BEZERRA VALE, NATÁLIA CARVALHO BRATKOWSKI , LUÍSA ROHR SCHÄFER