Dados do Trabalho


Título

Um caso desafiador e raro de infarto agudo do miocárdio com artérias coronárias não obstrutivas (MINOCA) em paciente com crise miastênica atendido em hospital universitário

Resumo

Introdução: a Miastenia Gravis (MG) é uma doença autoimune caracterizada pela presença de anticorpos contra receptores de acetilcolina no músculo esquelético. Cerca de 15% dos pacientes com MG podem apresentar envolvimento cardíaco, que pode ser assintomático ou manifestar-se por dor torácica, insuficiência cardíaca, arritmias, miocardite, síndrome de Takotsubo e morte súbita. Os casos de infarto agudo do miocárdio (IAM) sem a presença de doença arterial coronariana obstrutiva são classificados como MINOCA. Cerca de 5-6% dos casos de IAM apresentam MINOCA e, no geral, acometem mais mulheres. Relato de caso: paciente de 58 anos, sexo feminino, ex-tabagista, portadora de MG diagnosticada há 5 meses da admissão hospitalar, em uso de brometo de piridostigmina e prednisona há 3 meses da admissão hospitalar. Internação recente em serviço externo para tratamento de diverticulite aguda, evoluindo com piora dos sintomas neurológicos de ptose, diplopia, disfonia, disfagia e fraqueza muscular, sendo aumentadas as doses de piridostigmina. Admitida em hospital universitário em vigência de crise miastênica. Iniciada antibioticoterapia por quadro pneumônico e apresentou insuficiência respiratória com necessidade de intubação orotraqueal. Evoluiu com dor torácica típica. Eletrocardiograma com ritmo sinusal e inversão de onda T de V4-V6. Curva de marcadores de necrose miocárdica positiva para isquemia. Ecocardiograma (ECO) mostrou função sistólica preservada e ausência de disfunção segmentar da contratilidade. Encaminhada para cineangiocoronariografia, que não evidenciou lesões obstrutivas. Paciente recebeu alta hospitalar assintomática e com tratamento medicamentoso otimizado. Em acompanhamento ambulatorial de 3 anos, a paciente encontra-se assintomática e não apresentou infarto ou outros eventos cardiovasculares. Realizou ECO sem alteração evolutiva. Conclusão: os eventos adversos cardiovasculares em pacientes com MG são raros, mas o seu reconhecimento precoce é crucial. Descrevemos um caso raro de MINOCA durante o período inicial de tratamento com brometo de piridostigmina em paciente do sexo feminino com MG, destacando a importância de que novos estudos são necessários para melhor elucidação da fisiopatologia da MINOCA em pacientes com MG, para uma melhor avaliação e abordagem destes pacientes.

Palavras Chave

MINOCA; Infarto Agudo do Miocárdio

Área

DOENÇA CORONÁRIA AGUDA E CRÔNICA / TROMBÓLISE

Categoria

Iniciação Científica

Autores

JORGE MARCELO NAPOLEON MEDINA CABELLOS, PAULA SANTIAGO TEIXEIRA, JULIANA DE SOUSA BARREIRO BARREIRO, YURI YOKOYAMA DO NASCIMENTO, JULLIANA CUNHA RODRIGUES , GUILHERME BOALENTO FIGUEIREDO, JÚLIA FERREIRA ROCHA, GUILHERME DE SOUSA FERREIRA , JOÃO PEDRO BENEVIDES DE OLIVEIRA, PEDRO HENRIQUE FABRES FRANCO, MARCOS DAMIÃO CÂNDIDO FERREIRA, ADRIANO H. P. BARBOSA.