Dados do Trabalho


Título

Análise da relação entre a incidência de queimadas e a mortalidade por doenças circulatórias no Brasil em um período de 10 anos.

Resumo

INTRODUÇÃO: A poluição do ar ambiente é considerada o principal fator de risco ambiental de mortalidade e morbidade em todo o mundo. Dentro do espectro das doenças cardiovasculares, tem-se que os poluentes atmosféricos foram responsáveis ​​por 19% de todas as mortes cardiovasculares no planeta. Já no Brasil, essa correlação foi explorada ao se analisar o risco cardiovascular a partir da exposição ao material particulado fino (PM 2,5) decorrente de incêndios florestais. Foi demonstrado que o risco para doença cardíaca isquêmica e para acidente vascular encefálico (AVE) é aumentado pela exposição ao poluente citado. OBJETIVO: Investigar a relação entre o número de focos de queimada por unidade da federação no Brasil e as taxas de mortalidade por comorbidades circulatórias. MÉTODOS: Trata-se de um estudo observacional, descritivo e quantitativo, realizado a partir de dados secundários fornecidos pelo Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) referentes a doenças circulatórias no período de 2012 a 2022 e focos de queimadas no Brasil, respectivamente. As variáveis analisadas foram: taxa de mortalidade por unidade da federação e a média do total de focos de queimada por ano. RESULTADOS: Entre 2012 e 2022, os estados com maiores taxas de mortalidade por doença circulatória foram Sergipe (13,29%) e Rio de Janeiro (12,26%), enquanto os estados com menores taxas foram Espírito Santo (5,94%) e Paraná (6,46%). Em Sergipe, a taxa no período de 2013 a 2017 manteve-se no topo em relação aos demais estados, sendo 2016 o maior valor (15,23). Em contrapartida, no mesmo período, os focos de queimadas se concentraram nos estados de Mato Grosso (9976,7) e Pará (8007,8), sendo que os menores focos se localizam em Alagoas (8) e Rio Grande do Norte (45,3). Sergipe apresentou um dos menores números de focos (143), juntamente com Espírito Santo (93,9). CONCLUSÃO: Diante do exposto, o estado de Sergipe registrou as maiores taxas de mortalidade, seguido pelo Rio de Janeiro, enquanto Mato Grosso liderou em média de focos de queimadas, seguido pelo Pará. Dessa forma, percebe-se que, a curto prazo, não há uma relação direta entre focos de queimadas e doenças cardiovasculares, como indicado pelo baixo número de focos em Sergipe. No entanto, a relação pode surgir a longo prazo, destacando a importância de entender os determinantes ambientais nas doenças circulatórias.

Palavras Chave

oluição do ar ambiente; Doenças Circulatórias; queimadas

Área

FISIOLOGIA CARDIORESPIRATÓRIA / CIÊNCIA BÁSICA

Categoria

Iniciação Científica

Autores

MARINA ALICE VIDONHO DIAS FERREIRA, KALLAIHO KEVIN DANTAS NAIMAYER, CÁSSIO KENZO CÂMARA YAMADA