Dados do Trabalho

Título

TENDÊNCIA DE INTERNAÇÕES POR CARDIOPATIA REUMÁTICA CRÔNICA NA REGIÃO NORDESTE NOS ÚLTIMOS 10 ANOS E IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19

Resumo

INTRODUÇÃO
A cardite reumática é a principal e mais grave repercussão da febre reumática. Sua cronicidade está associada à presença de episódios recorrentes de cardite reumática aguda, sendo mais comum em países em desenvolvimento, como o Brasil. Assim, este estudo visa avaliar o padrão de internações por Doença reumática crônica do coração na região Nordeste entre 2014 a 2023 e o impacto da pandemia da Covid-19.

METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo e transversal através da coleta e análise de dados do Sistema de Informações hospitalares (SIH/SUS), extraídos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, DATASUS. Foi analisada a categoria “Doença reumática crônica do coração” no Brasil no período de 2014 a 2023, considerando as variáveis: Região, unidade federativa, ano, raça, faixa etária, sexo e internações. Os dados coletados foram sistematizados em tabelas utilizando o Software EXCEL 2016

RESULTADOS
A região Nordeste foi a segunda região com mais casos de internações notificadas nos últimos 10 anos (29,9%) por cardiopatia reumática crônica, ficando atrás apenas da região Sudeste (40,3%). O perfil típico dos pacientes eram mulheres (58,7%) pardas (51,3%), com idades entre 40 a 59 anos (40,6%). Dentre os estados, percebeu-se um predomínio de casos na Bahia (28,5%) e o de menor acometimento foi Sergipe (4,9%). Além disso, a doença apresentou um padrão progressivo até 2019, início da pandemia da Covid-19, apresentando em 2020 uma diminuição nos números de casos registrados (8,1%), com exceção do estado do Rio Grande do Norte que apresentou um aumento de 10%. Observou-se que 2022 e 2023 foram os anos com as maiores taxas (11,6 e 11,4% respectivamente). Quanto ao tipo predominante, mulheres pardas com idades entre 40 a 59 anos (51,2%) continuaram sendo as mais acometidas mesmo após a pandemia.

CONCLUSÃO
Portanto, a partir dos resultados obtidos constatou-se que a pandemia de Covid-19 gerou um forte impacto no padrão anual de acometimento por cardite reumática crônica na região Nordeste. Percebeu-se que houve uma diminuição significativa no número de internações no ano de 2020, fato que pode estar associado diretamente ao processo de isolamento social, e consequentemente de subnotificações. Além disso, notou-se que o perfil predominante de pacientes acometidos permaneceu o mesmo, mulheres pardas e com idades entre 40 a 59 anos, mesmo após os eventos da pandemia.

Palavras Chave

Cardiopatia Reumática; Covid-19; Febre Reumática