Dados do Trabalho
Título
SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON INDUZIDA POR MEDICAMENTOS ANTIARRÍTMICOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Introdução
A Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) é uma condição rara que causa reações cutâneas severas, comprometendo a integridade da pele e das mucosas, podendo levar a complicações sistêmicas e, até mesmo, à morte. A SSJ é associada a uma variedade de fatores, incluindo infecções, doenças autoimunes e, principalmente, o uso de medicamentos. Entre os medicamentos desencadeadores da SSJ, os antiarrítmicos – utilizados para tratar distúrbios do ritmo cardíaco – são uma classe de drogas particularmente relevante, sendo associados a diversos efeitos adversos cutâneos.
Objetivo(s)
Identificar e compreender a correlação entre a SSJ com os medicamentos antiarrítmicos.
Métodos
Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, baseada na coleta de dados das bases PubMed/MEDLINE e SciELO. Foram utilizados os descritores “Stevens-Johnson Syndrome”, “Anti-Arrhythmia Agents” e “Arrhythmias”, juntos ao operador booleano AND. Foram incluídos artigos publicados nos últimos 10 anos, em inglês e português, que associassem o uso de medicamentos antiarrítmicos com o desenvolvimento da síndrome, e excluídos os relatos de caso, os editoriais e as pesquisas em animais. Foram identificados 25 artigos na busca. Desses, 6 foram excluídos por leitura dos títulos, 5 por duplicidade e 4 por análise textual. Após a avaliação, 10 foram selecionados para essa revisão.
Resultados
Entre os antiarrítmicos associados à SSJ, a Flecainida, Lidocaína e Sotalol foram identificados nos estudos. A SSJ surgiu após semanas de uso contínuo desses medicamentos, possivelmente devido a reações imunológicas, citotoxicidade celular e formação de complexos antígeno-anticorpo. As lesões cutâneas típicas da SSJ, incluindo eritema multiforme e descolamento da epiderme, foram observadas em todos os estudos revisados. A gravidade da SSJ variou de moderada a severa, com alguns casos evoluindo para formas mais graves, como a necrólise epidérmica tóxica. O tratamento envolveu a descontinuação do antiarrítmico, hidratação, controle de dor, tratamento de infecções secundárias e, em alguns casos, terapias imunossupressoras com corticosteroides, conforme a gravidade.
Conclusões
Embora rara, a SSJ induzida por antiarrítmicos é uma condição real, grave e que exige vigilância cuidadosa. Profissionais de saúde devem estar cientes do risco para minimizar complicações e melhorar os resultados clínicos. Estratégias e pesquisas contínuas são essenciais para aprimorar a compreensão e o tratamento dessa síndrome crítica.
Palavras Chave
Síndrome de Stevens-Johnson; Antiarrítmicos; Arritmias Cardíacas
Área
Medicina
Instituições
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) - Rio Grande do Norte - Brasil, Universidade Potiguar (UnP) - Rio Grande do Norte - Brasil
Autores
Maria Júlia Toscano de Azevedo Santos, José Eduardo Nóbrega Moura