1º Arritmia Nordeste e III Simpósio Norteriograndense de Arritmia Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

Análise de óbitos de indivíduos adultos e idosos por transtornos de condução e arritmias cardíacas, no estado do Rio Grande do Norte, durante os períodos de 2017 a 2019, pré-pandêmico, e 2020 a 2022, pandêmico

Introdução

A infecção pelo SARS-CoV-2 manifesta-se, principalmente, como uma síndrome respiratória aguda, mas também pode desencadear complicações cardíacas importantes, como arritmias. Isso porque, em sua patogênese, processos como a hiperativação inflamatória e imune, com hipoxemia e disfunção endotelial, e diversos distúrbios hidroeletrolíticos, parecem impactar nos mecanismos de despolarização e repolarização dos cardiomiócitos, predispondo a transtornos de condução, por vezes, indetectáveis. Ademais, o uso frequente, neste período, de medicações que aumentam o intervalo QT e a presença de comorbidades prévias, como insuficiência cardíaca, aumentam esse risco. Logo, é importante avaliar se há, de fato, correlação estatística entre essas variáveis.

Objetivo(s)

Comparar o número de óbitos de adultos e idosos por Transtornos de Condução e Arritmias Cardíacas (TCAC) durante a pandemia, 2020 a 2022, e antes dela, 2017 a 2019, no estado do Rio Grande do Norte, para, assim, analisar se a infecção pelo novo coronavírus, muito transmissível e patogênico, trouxe impacto epidemiológico nesse contexto.

Métodos

Trata-se de um estudo epidemiológico de série temporal, descritivo, observacional e transversal, realizado com dados do Sistemas de Informação de Saúde (TABNET), do DATASUS, na aba Morbidade Hospitalar do SUS, geral, por local de internação - a partir de 2008, no estado do Rio Grande do Norte. Foram colhidos dados referentes a óbitos por TCAC considerando a faixa etária, a partir de 20 anos, e o ano de atendimento, no período de janeiro de 2017 a dezembro de 2022.

Resultados

Conforme a análise dos dados tabulados, houve a notificação de 165 óbitos por TCAC nos anos de 2017 a 2022. Destes, 31 ocorreram em 2017 (18,8%), 33 em 2018 (20%), 25 em 2019 (15,1%), 32 em 2020 (19,4%), 22 em 2021 (13,3%) e 22 em 2022 (13,3%), de modo que mais de 50% desse total de óbitos foram notificados em 2017-2019, anos que antecederam a pandemia no Brasil. Ressalta-se que indivíduos com mais de 70 anos permaneceram sendo os mais atingidos, tendo uma maioria mais significativa na pandemia do que antes dela, 70 e 50%, respectivamente.

Conclusões

Portanto, embora pareça plausível a hipótese de que a infecção por SARS-CoV-2 predispõe a arritmias, sobretudo em pacientes críticos, isso não se refletiu em um aumento do número de óbitos, por esta condição, notificados no estado. Esse fato não dispensa, contudo, atenção a possíveis subdiagnósticos ou subnotificações, além de pesquisas mais criteriosas e robustas sobre essa relação.

Palavras Chave

Arritmias Cardíacas; SARS-CoV-2; Pandemia; Óbitos; Epidemiologia

Área

Medicina

Instituições

Universidade Federal do Ceará - Ceará - Brasil, Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Rio Grande do Norte - Brasil

Autores

Beatriz de Queiroz Barreto Magalhães, Bárbara de Queiroz Barreto Magalhães, Caio César Barbosa de Macêdo, Camila Santana Batista Cabral, Juanna Gabriella de Souza Dehon, Maryane Alexandre Tertuliano da Cunha, Raquel Raquel Ferreira Dantas, Vivian Suellen Freitas Lopes, Sara Thalya Santos Ferreira