1º Arritmia Nordeste e III Simpósio Norteriograndense de Arritmia Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

DISJUNÇÃO DO ANEL VALVAR MITRAL: ACHADOS NA RM CARDÍACA

Introdução

A disjunção do anel valvar mitral (DAM) é caracterizada pelo distanciamento entre o ponto de interseção do folheto posterior da valva mitral com a parede atrial para a crista miocárdica do ventrículo esquerdo (VE), determinando distorção arquitetural e disjunção da biomecânica cardíaca. Nesse contexto, o diagnóstico por imagem é essencial, sendo a ressonância magnética cardíaca (RMC) o método dinâmico com melhor resolução espacial, caracterizando objetivamente essa patologia, substrato para o desenvolvimento de arritmias malignas.

Objetivo(s)

Descrever e demonstrar achados de imagem típicos da disjunção do anel valvar mitral.
Demonstrar a importância da ressonância magnética cardíaca (RMC) na avaliação.

Métodos

Foram selecionados no sistema de armazenamento de imagens do HOUL e IRN exames de RMC de pacientes com DAM em correlação com ampla revisão de literatura.

Resultados

Essa condição está associada à degeneração valvar e à hipertrofia ventricular e fibrose de músculos papilares, que pode ser um substrato para o desenvolvimento de arritmias malignas. Clinicamente, ela pode se manifestar com palpitações, dor torácica e síncope. A gravidade das manifestações clínicas está diretamente relacionada à magnitude dos achados de imagem. A associação de DAM com prolapso valvar e arritmias ventriculares é reconhecida e importante na estratificação de risco dos pacientes.
O ecocardiograma transtorácico faz parte da avaliação inicial, mas a RMC representa o melhor método para caracterização das relações anatômicas e detecção de anomalias estruturais.
A RMC tem a capacidade de caracterizar disjunções de 1 a 15 mm, distâncias maiores que 8,5 mm são associadas a maior risco de arritmias malignas. A DAM pode ser classificada em 3 subgrupos, de acordo com a distância: I - excessiva mobilidade do anel, porém sem área de disjunção visível; II - disjunção < 5 mm; e III - distância entre anel e ventrículo > 5 mm.
Outro papel fundamental, é a identificação de fibrose através do realce tardio pós-contraste. A fibrose dos músculos papilares e cicatrizes na parede inferolateral são melhor identificados na RMC. Normalmente, a DAM acomete a parede ventricular basal ínfero-lateral adjacente ao folheto mitral posterior, desta forma mais bem avaliadas nas sequencias cine de via de saída do VE.

Conclusões

O reconhecimento dessa entidade é necessário para compreendê-la melhor clinicamente, tomar decisões clínicas mais apropriadas e estratificar melhor o risco desses pacientes.

Palavras Chave

Cinerressonância Magnética; Arritmias Cardíacas; Cardiomiopatias; Diagnóstico por Imagem; Valva Mitral

Área

Medicina

Instituições

Hospital Universitário Onofre Lopes - Rio Grande do Norte - Brasil

Autores

Roberto Moreno Mendonça, Ingrid Nóbrega Araújo Queiroz, Mariana Oliveira Costa, Igara Araújo Tavares