1º Arritmia Nordeste e III Simpósio Norteriograndense de Arritmia Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

Alterações eletrocardiográficas prevalentes em pacientes em uso de Metilfenidato

Introdução

O sucesso terapêutico para Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) com uso de neuroestimulantes, como o metilfenidato (MTF), é um dos principais avanços, por ser bem tolerado pelos pacientes. No entanto, do ponto de vista cardiovascular, há relatos na literatura que, embora conflitantes, associam o uso de MTF com o surgimento de arritmias cardíacas.

Objetivo(s)

Avaliar quais as alterações eletrocardiográficas mais prevalentes em pacientes que fazem uso de MTF.

Métodos

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. A busca foi realizada nas bases de dados PubMed e Scopus, utilizando os descritores "methylphenidate" e "arrhythmias, cardiac", unidos pelo operador booleano AND. Foram incluídos artigos publicados nos últimos 5 anos, que responderam à pergunta de pesquisa: "que alterações eletrocardiográficas são mais comumente relacionadas ao uso de metilfenidato?". Além disso, foram analisados nos idiomas português, inglês e espanhol, e excluídos relatos de casos, revisões de literatura e estudos que não atenderam aos critérios pré-estabelecidos.

Resultados

Foram analisados 33 artigos, através da leitura de título e resumo, e 3 desses respondiam à pergunta de pesquisa, sendo, portanto, inseridos nos resultados. Os 3 artigos associavam o uso do MTF ao prolongamento do intervalo QT no eletrocardiograma, porém em nenhum deles essa alteração foi descrita de forma patológica. O artigo que avaliou o uso do psicoestimulante em crianças com TDAH evidenciou outros achados eletrocardiográficos, como dispersão significativamente prolongada da onda P. O segundo artigo destacou a presença de taquicardia sinusal na totalidade dos pacientes sintomáticos após a medicação, o que representava 7,1% da amostra geral. O terceiro estudo comparou os desfechos, pelo uso da medicação, de acordo com o sexo e a idade dos participantes, evidenciando que na faixa etária dos 6 aos 12 anos as arritmias cardíacas são mais prevalentes.

Conclusões

Alterações eletrocardiográficas associadas ao uso do metilfenidato, principalmente prolongamento do intervalo QT, possivelmente podem estar relacionadas à dose e ao tempo de uso da medicação, assim como as alterações na onda P e segmento ST. Apesar de os achados não terem mostrado relação com quadros de arritmias graves, outras alterações, como elevação da pressão arterial e da frequência cardíaca, expõem a necessidade de monitoramento dos pacientes e doses individualizadas.

Palavras Chave

Metilfenidato; Eletrocardiograma; Arritmias Cardíacas

Área

Medicina

Instituições

Universidade Potiguar - Rio Grande do Norte - Brasil

Autores

Rebeca Milka Lemos Magalhães Liberato, Ana Karla Silva de Oliveira, Francisco Dantas de Sousa Neto, Letícia de Queiroz Cunha, Vitória Régia Lucas Rodrigues, Kaleb Luigi Tavares Anízio de Souza