32º Congresso Pernambucano de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Avaliação do tempo em faixa terapêutica dos pacientes portadores de fibrilação atrial utilizando warfarina em um hospital terciário

Introdução

A fibrilação atrial (FA) está presente em 1 a 2% da população e apresenta-se como a arritmia sustentada mais comum da prática clínica[1]. Visando reduzir o índice de eventos adversos nos pacientes portadores de FA, utiliza-se anticoagulantes (ACO), como a warfarina, um inibidor da vitamina K, que diminui a incidência de acidente vascular cerebral em cerca de 65%[2]. Apesar das evidências atuais recomendarem o uso de anticoagulantes de ação direta (DOACS) em portadores de FA na ausência de estenose mitral por doença reumática ou valva mecânica (FA não valvar), a warfarina continua sendo aceita pelas diretrizes[4] para pacientes que não conseguem ter acesso aos DOACS, devido aos seus altos custos. No acompanhamento destes pacientes é necessária a checagem recorrente da razão normalizada internacional (RNI) buscando faixa terapêutica de RNI entre 2-3 que mostrou reduzir a incidência de eventos adversos com menor taxa de sangramento[5,6]. Em pesquisa clínica pode-se utilizar o cálculo do tempo no intervalo terapêutico (TTR-R), descrito por Rosendaal [2,7], para acompanhar a qualidade da ACO em usuários de warfarina.

Métodos

Foi realizado um estudo observacional retrospectivo com coleta de dados em prontuários e registros de exames laboratoriais, visando avaliar a qualidade da ACO com warfarina nos pacientes portadores de FA do ambulatório de FA do HULW, através da mensuração do TTR, em um período de dois anos de seguimento. Foram incluídos todos os pacientes do ambulatório de FA que não preencheram os seguintes critérios de exclusão: uso de DOACS, uso de warfarina por outras causas que não a FA, pacientes que realizaram medidas de RNI em outros laboratórios que não o do HULW e pacientes com FA valvar.

Resultados

Foram avaliados 36 pacientes, sendo 52,77% homens e 47,22% mulheres, com mediana de idade de 64,5 anos e número médio de exames de 11, sendo obtido um TTR médio de 58,4% e uma mediana de 57,6%, sem evidência de correlação positiva entre TTR e as variáveis sexo, idade e número de exames realizados.

Discussão/Conclusão

Com o presente estudo é possível concluir que as condutas tomadas, dando preferência a recomendações simples e diretas (orientações alimentares restritivas não são abordadas rotineiramente, uso diário em jejum da warfarina, sugestão de uso de apenas 01 fabricante objetivando maior constância na dose por comprimido) são eficientes e adequadas, mantendo uma boa anticoagulação quando comparada com países e regiões mais desenvolvidas.

Palavras Chave

Fibrilação atrial; Warfarina; TTR;

Área

Arritmias e Estimulação Cardíaca

Instituições

Hospital Universitário Lauro Wanderley - Paraíba - Brasil

Autores

BRUNO MARIANO RIBEIRO GARCIA de MEDEIROS, Bruna Gadelha Dornelas, Guilherme Augusto Teodoro Athayde, Gutemberg de Souza dantas Segundo, Luís Fábio Barbosa Botelho, Gabriel Pelegrineti Targueta