Dados do Trabalho
Título
Diferença na taxa de mortalidade entre as regiões brasileiras de pacientes com concomitância de IC e IAM nos últimos 10 anos
Introdução
A concomitância de insuficiência cardíaca (IC) e infarto agudo do miocárdio (IAM) é frequente nas emergências cardiológicas (14% a 36% dos pacientes infartados). Nesse sentido, a IC pode ser prévia ou se desenvolver após o IAM, porém, independente da ordem, há relação direta entre o grau de IC e a mortalidade desses pacientes. Portanto, a compreensão acerca dos dados epidemiológicos brasileiros sobre a temática corroboram para ilustrar o impacto na saúde nacional.
Métodos
Trata-se de um estudo epidemiológico conduzido a partir de dados secundários referentes às taxas de mortalidade por IC associada a IAM registradas no DATASUS. Os dados apresentados referem-se às taxas de mortalidade das cinco regiões do Brasil (Norte, Nordeste, Centro-oeste, Sul e Sudeste) nos últimos 10 anos (2014 a 2024). A coleta de dados foi conduzida em julho de 2024.
Resultados
Dentre os dados coletados, foi possível identificar considerável equivalência estatística entre os valores de mortalidade das cinco regiões. Entretanto, ao analisar as médias das taxas de cada ano do período proposto, nota-se leve distanciamento entre a região sudeste, com a maior mortalidade média de 11,45%, e a região sul, com a menor média de 9,46%. Ademais, as cidades com maiores taxas médias de cada região foram: Acre (16,11%), Alagoas (15,69%), Mato Grosso (10,8%), Rio de Janeiro (14,89%) e Rio Grande do Sul (9,81%). O ponto de maior destaque está na diferença entre a amplitude dos valores de cada estado, havendo distinção entre a região sul, de menor amplitude (0,57), com a região nordeste, de maior valor (8,36).
Discussão/Conclusão
Com os dados, torna-se claro que as discrepâncias sociais encontradas nas regiões brasileiras, não se apresentam tão claramente nos resultados mostrados acima. Visto que eles se apresentam de maneira equivalente, não sendo, portanto, a melhor forma de avaliar as taxas de mortalidade. Isso é ratificado, ao associar com outros estudos e analisar pontualmente algumas cidades. Percebe-se que localidades com maior desenvolvimento socioeconômico tiveram transições demográficas e epidemiológicas mais precoces através da urbanização, maior acesso à serviços e envelhecimento da população. Ou seja, a taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares caiu nos últimos 20 anos (de 2000 a 2019) de forma diferente entre ricos e pobres no Brasil. Outros estudos contrapõem aquilo que foi visto nos resultados atuais (estabilização da taxa de mortalidade), já que é apontado um declínio nas tendências das taxas de mortalidade por IAM no mundo e na maioria das regiões brasileiras.
Palavras Chave
Infarto agudo do miocárdio
Área
Insuficiência Cardíaca
Instituições
Universidade de Pernambuco - Pernambuco - Brasil
Autores
Guilherme Souza Thiers, Maria Eduarda Parreiras, Maria Júlia Pires, Luan Viana