Dados do Trabalho
Título
CORREÇÃO DE PSEUDOANEURISMA AÓRTICO EM TRANSIÇÃO TÓRACO-ABDOMINAL POR REPARO ENDOVASCULAR – UM RELATO DE CASO
Introdução
INTRODUÇÃO: Relatado pela primeira vez em 1994, o reparo endovascular da aorta torácica (TEVAR) tornou-se um pilar do tratamento das doenças da aorta, particularmente para o tratamento de pacientes de alto risco. O TEVAR oferece várias vantagens em relação ao reparo cirúrgico aberto, incluindo menos complicações, menor perda de sangue e menor tempo de internação hospitalar. Anatomia desfavorável, como vasos de pequenos calibres, alta tortuosidade ou calcificação extensa, demonstram ser um grande desafio para o tratamento endovascular da aorta por via transfemoral, o que pode levar a maiores taxas de complicações.
Descrição do caso
CASO: Paciente feminina, 66 anos, hipertensa, diabética tipo 2, ex-tabagista e com história de cirurgia cardíaca convencional com troca de valva aórtica com bioprótese número 23 em outubro de 2023. Apresentou quadro de dor torácica e abdominal, foi identificado pseudoaneurisma em aorta localizado na transição tóraco-abdominal cerca de 16cm abaixo da artéria subclávia esquerda, medindo 6,4x4,7x3,2cm (volume de cerca de 50 cm3) durante exame de angiotomografia de aorta. Avaliado angiotomografia de aorta e visto que paciente se apresentava com calcificação importante em femorais e ilíacas bem como acessos periféricos de finos calibres não sendo possível tratamento endovascular por via transfemural ou pelas ilíacas externas ou comuns, visto que o diâmetro mínimo dos vasos é de pelo menos 7,5mm, o que seria compatível com a endoprótese medtronic disponível no serviço. Como a paciente sem vias de acesso compatíveis e a via transapical já é uma via conhecida no implante percutâneo de válvula aórtica, foi realizada a introdução de endoprótese pelo ápice cardíaco, passando pela bioprótese aórtica normoinserida e sendo normofixada em posição tóraco-abdominal, sem intercorrências. Paciente permaneceu dois dias em unidade de recuperação cardiotorácica, recebeu alta para enfermaria do nosocômio onde realizou ecocardiograma transtorácico de controle, ele evidenciou bioprótese sem alterações, mobilidade preservada e normoinserida, além de fração de ejeção preservada de 61,59% por Simpson. Recebeu alta hospitalar estável e sem queixas.
Discussão/Conclusão
CONCLUSÃO: A abordagem transapical para TEVAR é factível e segura e deve ser considerada como alternativa em pacientes com doença aterosclerótica que acometam os acessos ilíacos, femorais, subclávios, carotídeos e aórticos, causando estenoses significativas ou que acarretem aumento dos riscos de acidente vascular pelo grau de calcificação ou tortuosidade. A paciente relatada foi beneficiada pelo tratamento endovascular utilizando-se da técnica por via alternativa transapical, sendo, portanto, uma opção terapêutica que deve ser sempre considerada em casos mais desafiadores e de maior complexidade.
Palavras Chave
Pseudoaneurisma; TEVAR; transapical; endoprótese
Área
Cirurgia Cardíaca
Autores
ESDRAS ANDRADE DE OLIVEIRA, TATIANA VERÇOZA DE CASTRO SILVEIRA, ALEXANDRE MAGNO NUNES SOARES MACÁRIO, DENIS ANTONIO NETO DO NASCIMENTO JUNIOR