32º Congresso Pernambucano de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR DOENÇAS CEREBROVASCULARES E POR DOENÇAS VASCULARES PERIFÉRICAS DE 2019 A 2023 NO ESTADO DE PERNAMBUCO: PERFIL MACRORREGIONAL

Introdução

As doenças cerebrovasculares (DCV) e as doenças vasculares periféricas (DVP) são condições que afetam significativamente a saúde pública devido à sua alta morbidade, mortalidade e impacto econômico. DVP, que inclui a doença arterial periférica e a doença venosa crônica, é reconhecida como um fator de risco para DCV. Isso se deve ao compartilhamento de fatores de risco comuns, como hipertensão, diabetes, dislipidemia e tabagismo, que promovem a aterosclerose e a trombose, tanto no sistema arterial cerebral quanto nos vasos periféricos. Além disso, a presença de aterosclerose em um território vascular aumenta a probabilidade de sua ocorrência em outros territórios, incluindo o sistema cerebrovascular. O objetivo deste estudo é comparar a prevalência de DVP e DCV correlacionando-as com agravantes macrorregionais.

Métodos

Estudo epidemiológico descritivo de caráter transversal ecológico, com dados secundários coletados dos registros do Sistema de Informação Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS) do Ministério da Saúde, disponíveis na plataforma do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), referentes às internações por ano de DVP e DCV. As variáveis foram as macrorregiões de Pernambuco no período de 2019 a 2023, juntamente com informações da base de dados SCIELO.

Resultados

Considerando o total de 44.747 internações hospitalares por DVP e 55.330 por DCV, observou-se uma diminuição de 1,76% e 1,75%, na ordem dada, durante o período analisado. O ano que se destacou em ambas patologias foi 2022, totalizando 23,21% de DVP e 23,40% de DCV. Já o ano com menor número em ambas patologias foi 2020, totalizando 17,60% e 16,33%, respectivamente. Quanto às macrorregiões, evidenciou-se uma taxa de internação por DVP no Vale do São Francisco e Araripe de 7,45%; no Sertão, 1,91%; no Agreste, 7,01%; sobrepondo-se a Região Metropolitana com 83,60%. Já a taxa por DCV no Vale do São Francisco e Araripe foi de 8,36%; no Sertão, 3,75%; no Agreste, 17,37%; notabilizando mais uma vez a Região Metropolitana com 70,49%.

Discussão/Conclusão

É evidente que a redução modesta de internações pode ser atribuída a melhorias nas estratégias de prevenção primária e secundária, mas que não foram suficientes para reverter significativamente a tendência. Ademais, a relação proporcional, tanto regional quanto anualmente, entre as taxas de DVP e DCV reforça a necessidade de uma abordagem integrada no manejo dessas condições, uma vez que a presença de uma aumenta o risco de desenvolvimento da outra. Por fim, à medida que se analisa do interior para o litoral do estado, nota-se que o número de casos aumenta gradualmente, comprovando que o contexto metropolitano apresenta fatores agravantes para a ocorrência dessas doenças (como urbanização, poluição ambiental, padrões de vida sedentários e maior disponibilidade de alimentos de baixa qualidade nutricional), o que contribui para a exacerbação dos fatores de risco cardio e cerebrovasculares.

Palavras Chave

Internações; Doenças Cerebrovasculares; Doenças Vasculares Periféricas; perfil epidemiológico

Área

Emergências Cardiovasculares e Intensivismo

Instituições

Faculdade de Medicina de Olinda - Pernambuco - Brasil

Autores

Maysa Hyasmin de Morais Bezerra, Jesumira Lima Bezerra, Mariana Nogueira Lorena Sá, Laís Dantas Torres Carvalho, Marina Freitas Andrade