32º Congresso Pernambucano de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

 ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA CORRELAÇÃO ENTRE INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO E ARTEROESCLEROSE EM PERNAMBUCO ENTRE OS ANOS DE 2019 A 2023

Introdução

Introdução: O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é a principal causa de mortalidade no mundo e, entre as doenças cardiovasculares, configura-se como a mais letal. A etiologia mais comum do IAM está associada à erosão ou ruptura da placa arterosclerótica, resultando na formação de trombos que, por sua vez, levam à obstrução de vasos coronários. Como efeito, observa-se isquemia dos cardiomiócitos e, consequentemente, necrose miocárdica. Este estudo possui o objetivo de analisar a correlação epidemiológica entre as internações por infarto agudo do miocárdio e por arteroesclerose notificadas em Pernambuco no período de 2019 a 2023.

Métodos

Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico, transversal, retrospectivo e de análise quantitativa baseado na coleta de dados no Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), referentes aos anos de 2019 a 2023, delimitando-se ao estado de Pernambuco. Neste estudo foram analisados dados referentes à quantificação de internações e óbitos por Infarto Agudo do Miocárdio e por arteroesclerose, levando em conta tanto sua correlação quanto fatores como cor/raça, sexo, faixa etária e município. Os dados foram analisados por estatística descritiva.

Resultados

Resultados: No período observado, em Pernambuco, registraram-se 25.294 internações por IAM, das quais 2.444 (9.66%) foram à óbito. No parâmetro cor/raça, a população parda foi mais afetada, pois possuiu 17.238 (68.15%) internações, enquanto que, entre os municípios, Recife chegou a 15.929 (62.98%). Os homens foram os mais atingidos, com 14.859 (58.75%) internações e, na faixa etária, 7.499 (29.65%) eram idosos de 60 a 69 anos. No mesmo intervalo, as internações por arteroesclerose chegaram a 9.235, em que Recife foi o município com maior número de notificações (7.511 - 81.33%). Dos internados, 377 (4.08%) vieram a óbito e 4.780 (51.76%) eram homens. Ademais, 5.867 (63.53%) eram pardos e idosos de 60 a 69 anos sofreram 2.970 (32.16%) internações. De 2019 para 2023, houve aumento de 15.44% em internações e de 12.76% em óbitos por IAM, além de 60.52% e 50.85% em aumento de internações e óbitos, respectivamente, por arteroesclerose.

Discussão/Conclusão

Discussão/Conclusão: Percebe-se que os dados supracitados relataram maior prevalência de Infarto Agudo do Miocárdio em homens pardos com idade entre 60 e 69 anos. Tal distribuição epidemiológica é novamente observada na arteroesclerose, que possui também maior prevalência em pessoas do mesmo sexo, etnia e faixa etária. A partir dos padrões epidemiológicos dessas doenças e do mecanismo de causalidade entre arteroesclerose e a formação de coágulos causadores de IAM, o presente estudo corrobora para a consolidação da correlação entre as duas patologias discutidas. Por fim, o recente aumento nas notificações de ambas as doenças reitera a ideia defendida e ressalta a relevância do fomento de estudos de maior amplitude com o intuito de aprofundar a compreensão da dimensão qualitativa dessa questão, posto que este estudo possui limitações quanto ao seu escopo.

Palavras Chave

Palavras-chave: Infarto Agudo do Miocárdio; Arterosclerose; Epidemiologia; Internações 

Área

Cardiologia clínica

Instituições

Universidade de Pernambuco - Pernambuco - Brasil, Universidade Federal de Pernambuco - Pernambuco - Brasil

Autores

NICOLY DE MOURA CAVALCANTI BARBOSA, TIAGO FRAGA DE CASTRO, RAYANE LAÍS SILVA GOMES, JOÃO MARCELO NILO DE ANDRADE