Dados do Trabalho
Título
DOENÇA REUMÁTICA DO CORAÇÃO: UM ESTUDO TEMPORAL RETROSPECTIVO DA TAXA DE MORTALIDADE ENTRE AS CAPITAIS NORDESTINAS NOS ANOS DE 2021-2023
Introdução
A doença cardíaca reumática, muitas vezes negligenciada pela mídia, é um grande fardo nos países em desenvolvimento, onde causa a maior parte da morbidade e mortalidade cardiovascular em jovens. A doença resulta de uma resposta auto imune anormal a uma infecção estreptocócica do grupo A em um hospedeiro geneticamente suscetível. Nas capitais da região Nordeste este cenário está presente de maneira preocupante e altamente relacionado com a desigualdade socioeconômica do país. Os objetivos são analisar a taxa de mortalidade por doença reumática do coração ao longo dos anos de 2021 a 2023 nas capitais nordestinas.
Métodos
Trata-se de um estudo ecológico retrospectivo acerca da taxa de mortalidade por Doença Reumática do Coração (DRDC) entre as capitais do Nordeste brasileiro nos anos de 2021 a 2023. Foram extraídas informações acerca das taxas de mortalidade (N de óbitos X 1000/ N de Habitantes) por DRDC fornecidos pelo sistema de morbidade hospitalar (SIH/SUS) através do site DATASUS. As variáveis analisadas foram: anos de 2021 a 2023, Municípios, Doença Reumática do Coração e Taxa de mortalidade. Para a análise dos dados foram utilizadas métricas de frequência absoluta e relativa. Ademais, as bases de dados Medline, Scielo e LILACS foram utilizadas para fundamentação bibliográfica acerca do tema.
Resultados
Durante o período analisado, a capital nordestina que atingiu o maior pico de taxa de mortalidade foi Maceió-AL, com a marca de 17,65 no ano de 2021, já a que teve o menor número, foi a cidade de Salvador-BA, atingindo a taxa de 1,74 em 2022, e sustentando a menor média dentro dos anos analisados. Partindo para outras capitais, alerta para São Luís-MA, que teve um aumento progressivo, subindo aproximadamente 66% de 2021 a 2023, saindo de 8,55 para 14,16, outra capital que também aumentou progressivamente foi Natal-RN, passando de 3,88 em 2021 para 7,80 em 2023, aumento de 101%. Ainda no cenário negativo, destaca-se a capital pernambucana, Recife, que atingiu sua menor taxa de mortalidade em 2022, com 2,58, e no ano seguinte progrediu para sua maior marca dentro dos três anos, 6,40, representando um aumento de 148% de um ano para o outro, situação semelhante a da cidade de Maceió-AL, que também marcou sua menor taxa em 2022, sendo 2,33, e progredindo para 10,61 em 2023, um aumento de 356%. Já como destaque positivo, Fortaleza-CE, que em 2023 atingiu sua menor marca nos três anos, com taxa de 6,99, redução de 28,96%, e Teresina-PI que manteve sua taxa de mortalidade entre 5,60 e 5,66 nos três anos estudados.
Discussão/Conclusão
Após a análise dos dados, conclui-se que houve um aumento da taxa de mortalidade por doença reumática do coração entre 2021 e 2023, principalmente nas capitais Maceió-AL, Recife-PE, Natal-RN e São Luís_MA. Em contraste, Fortaleza-CE, Aracaju-SE e João Pessoa-PB apresentaram redução nas taxas de mortalidade. Ademais, Maceió-AL corresponde a maior taxa de mortalidade, enquanto Salvador-BA a menor taxa entre as capitais nordestinas.
Palavras Chave
Doença reumática; Valva mitral;
Área
Valvopatias
Instituições
CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC - Alagoas - Brasil, UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - Alagoas - Brasil
Autores
RICARDO FONSECA OLIVEIRA SURUAGY MOTTA, CAMILA MARIA GOMES DE MENDONÇA VASCONCELOS, LUIZ CARLOS FONSECA DE AZEVEDO OLIVEIRA, MARINA AMARAL BARROS DA CRUZ OLIVEIRA MENEZES, BERNARDO JOSÉ TENÓRIO GONÇALVES MOREIRA, ISABELA MONTENEGRO TENÓRIO DE CARVALHO, LAILA LEITE PACHECO VIEIRA