Dados do Trabalho
Título
Análise das Taxas de Mortalidade por Doença de Chagas em Pernambuco em relação à Região Nordeste: Uma Perspectiva Epidemiológica entre os anos de 2018 a 2022
Introdução
A Doença de Chagas (DC) é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que inicialmente provoca uma Miocardite Aguda. Essa inflamação evolui para uma Miocardite Crônica, com fibrose de baixa intensidade, mas incessante, resultando em danos progressivos ao músculo cardíaco. Esse processo culmina na cardiomiopatia crônica da DC. O estudo visa analisar a taxa de mortalidade da doença em Pernambuco e compará-la com o Nordeste, identificando padrões epidemiológicos para orientar políticas públicas de saúde e reduzir os impactos da doença.
Métodos
Foi realizado um estudo ecológico retrospectivo, que utilizou o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/SUS). Avaliou-se o número de óbitos por Doença de Chagas nos anos de 2018 a 2022 no estado de Pernambuco e na Região Nordeste, sendo realizado o cálculo da taxa de mortalidade específica, ou seja, número de óbitos por causa sobre a população em risco e então é feita uma comparação entre os dados. Na análise dos dados, foram utilizadas as métricas de frequência absoluta e relativa.
Resultados
Em 2018, Pernambuco registrou 1,179 óbitos por DC a cada 100.000 habitantes, enquanto, em 2019, esse número decresceu para 1,140 óbitos, aumentando para 1,372 óbitos a cada 100.000 residentes em 2020. Já em 2021 e 2022, foram observados 1,467 e 1,200 óbitos, respectivamente, na mesma população. Dessa forma, é possível verificar que a maior taxa de mortalidade pela doença no estado ocorreu nos anos de 2020 a 2021, podendo ser resultado do subdiagnóstico e dos impactos socioeconômicos durante a pandemia do COVID-19. Além disso, o acesso aos serviços de saúde foi severamente afetado, resultando em atrasos na identificação e no tratamento da doença em Pernambuco. Em comparação, na região Nordeste a taxa de mortalidade começou em 1,80 óbitos a cada 100.000 habitantes em 2018, reduziu para 1,79 em 2019, no ano de 2020 passou para 1,68, aumentou em 2021 totalizando 1,71 e finalizou em 1,69 óbitos em 2022. Observa-se que a região apresenta uma menor variação no número de óbitos entre os anos. No entanto, houve uma redução mais drástica em 2020, o que pode ser atribuído a subnotificações, aumento de óbitos domiciliares, atrasos nos diagnósticos laboratoriais e à falta de estudos sobre registros de óbitos cardiovasculares relacionados a DC. Assim, ao comparar a região com o estado, verificou-se que Pernambuco não seguiu o mesmo ritmo de diminuição da taxa de mortalidade que o Nordeste.
Discussão/Conclusão
Conclui-se que a taxa de mortalidade por Doença de Chagas no estado de Pernambuco, em todos os anos examinados, é menor que a mesma taxa para a região Nordeste. Destaca-se ainda a liderança do ano de 2021 no número de óbitos tanto para Pernambuco quanto para o Nordeste, trazendo à tona o impacto da pandemia no padrão epidemiológico. Dessa forma, faz-se necessária a implementação de estratégias abrangentes desde a prevenção e o controle do vetor até o tratamento e o monitoramento contínuo da população.
Palavras Chave
Chagas; Insuficiência Cardíaca; Taxa de mortalidade
Área
Insuficiência Cardíaca
Instituições
CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC - Alagoas - Brasil, UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - Alagoas - Brasil
Autores
MARIA ISABELE CARNEIRO PESSOA DE SANTANA, RENATO MARTINS PEDROSA, MARCELA CARACAS MACHADO BORGES, ANA BEATRIZ PONTES DE AGUIAR BARROS, FERNANDA LAMENHA FERREIRA, RICARDO FONSECA OLIVEIRA SURUAGY MOTTA, LUIZ CARLOS FONSECA DE AZEVEDO OLIVEIRA