32º Congresso Pernambucano de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA COMPARATIVA ENTRE AS INTERNAÇÕES E A TAXA DE MORTALIDADE POR CARDIOPATIAS CONGÊNITAS EM MENORES DE UM ANO NOS MUNICÍPIOS DE PERNAMBUCO ENTRE OS ANOS DE 2018-2023

Introdução

Cardiopatias congênitas (DCC) são as malformações mais comuns que acometem recém-nascidos, as quais podem ser definidas como uma anormalidade estrutural no coração, seja ela em válvulas, câmaras ou grandes vasos, que está presente desde o nascimento. Essas alterações, a depender da gravidade e do tipo, podem afetar o fluxo adequado de sangue e oxigênio para diversos sistemas, ocasionando complicações. Assim, o trabalho visa analisar as internações e a taxa de mortalidade por DCC em menores de um ano nos municípios de Pernambuco entre os anos 2018-2023.

Métodos

Trata-se de um estudo ecológico retrospectivo, que utilizou o Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), através do DataSUS, como fonte de dados sobre as internações e a taxa de mortalidade por cardiopatias congênitas nos municípios de Pernambuco entre os anos 2018-2023. Quanto às informações, foram avaliados os seguintes dados: na lista Morb CID-10, o número de internações por malformações congênitas do aparelho circulatório em recém nascidos de até 1 ano no estado de Pernambuco, foi comparado com a taxa de mortalidade dessa mesma população.

Resultados

O estudo revelou que, entre 2018 e 2023, Pernambuco registrou 3.841 internações por DCC em crianças menores de 1 ano, com Recife concentrando 3.603 casos (93,8%). Petrolina seguiu com 175 internações (4,6%), enquanto Jaboatão dos Guararapes e Vitória de Santo Antão registraram 19 casos cada (0,5%). Arco Verde e Caruaru registraram 3 e 6 internações, respectivamente, e Garanhuns, Araripina, Ouricuri, e Petrolândia somaram 5 casos ao longo dos seis anos. A taxa média estadual de mortalidade variou de 11,67% em 2018 para 7,04% em 2023. Entre os municípios, Araripina apresentou uma taxa média de mortalidade de 50%, Caruaru de 16,67%, Petrolina de 16,0%, com uma redução de 21,05% em 2018 para 9,38% em 2023, e Recife de 7,83%, com uma redução de 11,23% em 2018 para 6,9% em 2023. Jaboatão dos Guararapes registrou uma taxa média de 5,26%. Os dados indicam uma estabilidade e declínio na taxa de mortalidade na maioria dos municípios, sugerindo melhorias nos cuidados de saúde. No entanto, persiste uma disparidade significativa no acesso e na qualidade dos serviços entre os municípios, com Recife apresentando o maior número de internações, o que destaca a necessidade de expandir serviços especializados em regiões com menor infraestrutura, como Araripina e Caruaru que, apesar da baixa concentração de internações possuem uma alta taxa de mortalidade.

Discussão/Conclusão

Assim, conclui-se que há uma diminuição percentual de óbitos por cardiopatias congênitas em menores de um ano nos municípios de Pernambuco entre os anos 2018-2023. Ademais, os resultados destacam a importância de políticas públicas de saúde que considerem não só o acesso, mas também a qualidade de serviços de saúde que envolvem cardiopatias congênitas, uma vez que regiões com menor infraestrutura, mesmo com menor concentração de internações, possuem alta taxa de mortalidade.

Palavras Chave

Cardiopatias Congênitas; Taxa de mortalidade

Área

Cardiologia pediátrica

Instituições

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MACEIÓ - UNIMA - Alagoas - Brasil, CENTRO UNIVERSTÁRIO CESMAC - Alagoas - Brasil, UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE ALAGOAS - UNCISAL - Alagoas - Brasil

Autores

LAILA LEITE PACHECO VIEIRA, BEATRIZ CALAÇA DE PÁDUA CARVALHO, ANA LUIZA DOS SANTOS TEIXEIRA, MARIA HELENA NÓBREGA NUNES SAMPAIO, MATHEUS PEDROSA CAVALCANTE, ANA BEATRIZ DE BRITO PONTES, MARINA AMARAL BARROS DA CRUZ OLIVEIRA MENEZES, RICARDO FONSECA OLIVEIRA SURUAGY MOTTA