Dados do Trabalho
Título
TRANSPLANTE DE CORAÇÃO EM PERNAMBUCO: UM PANORAMA EPIDEMIOLÓGICO SOBRE INTERNAÇÕES, MORTALIDADE E PERMANÊNCIA HOSPITALAR
Introdução
O processo de transplante de órgão consiste na retirada de órgãos ou de tecido de um doador para um receptor necessitado, pois aumenta a taxa de sobrevivência e melhora a qualidade da vida. No entanto, existem muitos desafios nesse procedimento que fazem com que a oferta seja superada pela demanda, como a falta de infraestrutura para captação e distribuição de órgãos. Assim, esse estudo visa analisar o panorama dos transplantes de coração no estado de Pernambuco no período de 2013 a 2023, em relação às suas mesorregiões, ao nordeste e ao Brasil.
Métodos
O trabalho é um estudo epidemiológico descritivo, com informações provenientes do sistema TABNET e do banco de dados do Departamento de Informática do SUS (DATA SUS), acessado nas datas de 26 a 29 de agosto de 2024. Foram analisadas as informações do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema único de Saúde (SIH/SUS) em relação aos transplantes de coração aprovados dentre o período de janeiro/2013 a dezembro/2023, de acordo com o local de residência, a média de permanência na internação e a taxa de mortalidade dos pacientes em Pernambuco e no Nordeste. Não foi necessária a consulta do Comitê de Ética em Pesquisa por se tratarem de dados secundários.
Resultados
Após avaliação dos dados do DATASUS, ao longo dos 10 anos foram realizados 327 transplantes de coração de pacientes com residência em Pernambuco. Destes, 269 foram de pacientes provenientes da Região Metropolitana do Recife. A média de dias de permanência para o transplante de coração foi de 11,3 e o número de óbitos foram 32, com taxa de mortalidade de 9,79%. Pernambuco foi o estado do Nordeste com o maior número de residentes transplantados.
Discussão/Conclusão
O transplante de órgãos é uma medida em casos graves, quando há a iminência da falência do elemento acometido. O Brasil possui o maior sistema público de transplantes do mundo, sendo Pernambuco o estado com mais transplantes cardíacos no Nordeste, correspondendo a 46% do total da região, o que demanda recursos financeiros e humanos para plena realização. Alguns fatores que podem contribuir para o aumento desses dispêndios são a quantidade de dias internados bem como os óbitos relacionados. Quanto a isso, Pernambuco apresenta uma média de dias de internação menor do que a observada no Brasil e no Nordeste, e uma taxa de mortalidade menor do que a média brasileira. No entanto, a realização desse procedimento no estado é concentrada na RMR, o que pode denotar uma falta de democratização ao acesso de saúde. Isso pode ser reforçado ao atestar que as maiores médias de permanência e de mortalidade foram observadas em pacientes residentes de municípios que não fazem parte dessa mesorregião. Diante disso, embora Pernambuco apresente bons parâmetros no Nordeste e no Brasil, evidencia-se a necessidade de mais estudos sobre o tema, para fomentar o acesso e democratização da saúde no estado.
Palavras Chave
transplante cardíaco; Taxa de mortalidade; internamento hospitalar
Área
Medicina
Instituições
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO - Pernambuco - Brasil, UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO - Pernambuco - Brasil, UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - Pernambuco - Brasil
Autores
JOÃO PEDRO MORAES PAES ALENCAR, VICTOR SOUTO MAIOR PAULA DE ASSIS, Marcelo Oliveira Regis Filho, Iasmin Karina Nascimento Nery, Woshington Rycardo Ribeiro SOARES, Rafaela Guedes DE BRITO, Ana Aurora Souto Maior Paula de Assis, Rebeca Gomes BRANDÃO, MARIA EDUARDA CORDEIRO DE HOLANDA