32º Congresso Pernambucano de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

O Impacto do Conhecimento do Paciente e do Encaminhamento pelo Cardiologista na Adesão e Participação em Serviços de Reabilitação Cardíaca

Introdução

A Reabilitação Cardíaca (RC) é um tratamento promissor para pacientes cardiopatas por ser acessível e não invasivo. Seus benefícios incluem a melhora na capacidade funcional, melhora na qualidade de vida e a redução de internações e cirurgias. No entanto, a adesão e participação nos programas de RC são frequentemente abaixo do esperado. Fatores socioeconômicos e de mobilidade urbana influenciam negativamente essas taxas. Reconhecer esses fatores pode contribuir para o aprimoramento do serviço ofertado e facilitar a criação de novas estratégias para o cuidado. Objetivo: Avaliar se o conhecimento dos pacientes sobre a Reabilitação Cardíaca e o encaminhamento do médico impactam na decisão de adesão ao tratamento.

Métodos

Estudo transversal (nº do parecer 6.492.334), realizado no período de Julho/2023 a Abril/2024 nos centros de referência de atendimento em reabilitação cardíaca na cidade de Recife/PE. O questionário da Escala de Barreiras com 27 perguntas foi aplicado aos pacientes cardiopatas atendidos nestes centros de referência e explorou os possíveis motivos pelos quais os participantes da RC não aderem ou não participam do programa.

Resultados

Participaram desta pesquisa 98 pacientes. Sendo 34 homens (34,7%) e 64 mulheres (65,3%), dentre as comorbidades associadas mais encontradas estão a hipertensão arterial sistêmica (78,5%) e a diabetes mellitus (36,7%). Quanto ao grau de escolaridade, 54 (64,3%) dos pacientes não chegaram a concluir o ensino médio, demonstrando que grande parte dos pacientes atendidos nos principais centros de referência de reabilitação cardíaca tem carência educacional. Dentre os principais resultados estão que: 26 (26,5%) dos participantes afirmaram que não iriam aderir à RC caso não recebessem orientações adequadas do profissional da saúde que o encaminhou. 56 participantes (57,1%) informaram que iriam procurar informações por conta própria sobre a RC (consulta a outros profissionais e/ou pesquisas na internet). Em relação ao encaminhamento médico, 19 participantes (19,4%) afirmaram que não iriam aderir ao programa de RC caso não fossem encaminhados pelo médico, enquanto 10 (10,2%) afirmaram que iriam procurar a opinião de outros especialistas sobre a necessidade de realizar a RC e 69 (70,4%) disseram que iriam fazer mesmo sem a indicação médica

Discussão/Conclusão

Em vista ao novo perfil de pacientes encontrados nos serviços de saúde, a falta de informações sobre um tipo de tratamento não é considerado uma barreira para sua adesão e participação. De modo semelhante, a falta de encaminhamento médico não influencia na procura pelo tratamento. De acordo com os resultados, tanto o conhecimento do paciente quanto o encaminhamento médico em tempo hábil são consideradas barreiras com maiores chances de serem superadas, havendo espaço para estratégias com o objetivo de fortalecer a relação entre médico e fisioterapeuta e que irão influenciar positivamente nas taxas de adesão e participação dos pacientes.

Palavras Chave

Fisioterapia; Reabilitação Cardíaca; Adesão e Participação; Escala de Barreiras

Área

Ergometria / Ergoespirometria / Reabilitação Cardíaca / Cardiologia Desportiva

Autores

Mayara Monica Santana Silva, Zita Amorim Santos, Lara Leite Gama Oliveira, Silvia Marinho Martins Alves, Catarina Maria Gonçalves Duarte, Arméle Dornelas Andrade, Hugo Serrano Barbosa filho, Shirley Lima Campos, Daniella Cunha Brandão