Dados do Trabalho
Título
REABILITAÇÃO CARDÍACA FASE II E EVOLUÇÃO CLÍNICA DE PACIENTES PÓS-OPERATÓRIO DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO: UM ESTUDO QUASE-EXPERIMENTAL
Introdução
As doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de morte no Brasil e no mundo, com mais de 400.000 mortes no Brasil em 2019 e cerca de 7 milhões globalmente a cada ano. Esses números alarmantes estão relacionados ao estilo de vida e fatores de risco da população. A progressão das DCV muitas vezes requer intervenções cirúrgicas, que podem causar complicações como perda de massa muscular, intolerância ao exercício, dor, dispneia, fadiga e redução da capacidade funcional (CF). A reabilitação cardiovascular (RCV) é fortemente recomendada, com sólida evidência científica, pois melhora a CF, a qualidade de vida (QV) e reduz a mortalidade cardiovascular, aumentando a expectativa de vida no pós-operatório. Contudo, a adesão dos médicos à indicação de RCV é baixa. Este trabalho visa analisar a evolução clínica de pacientes em pós-operatório de revascularização do miocárdio após um programa de reabilitação cardíaca (PRC) na fase II.
Métodos
Estudo quase-experimental, que avaliou o comportamento da força muscular periférica e respiratória, da dispneia, da CF, da QV e da capacidade vital forçada (CVF) em pacientes no pós-operatório de cirurgia cardíaca de revascularização do miocárdio, submetidos a um programa de reabilitação cardíaca durante dois meses, com três sessões semanais. O programa consistiu na aplicação de um protocolo fisioterapêutico que incluiu a realização de treinamento aeróbico em esteira ergométrica, de treinamento muscular inspiratório (TMI) e treinamento resistido de membros superiores e inferiores. Ao longo das sessões, todos os treinamentos apresentaram progressões ao longo das sessões. Os dados coletados foram analisados no software BioEstat 5.3™. O teste de Shapiro-Wilk foi usado para avaliação da distribuição normal. O teste t de Student e o teste ANOVA para amostras pareadas foram usados no tratamento das variáveis com distribuição normal e o teste de Mann-Whitney foi usado para as variáveis que não apresentaram distribuição normal. Foi adotado p ≤ 0.05 para significância.
Resultados
18 pacientes foram submetidos ao PRC. A maioria dos indivíduos do estudo foram homens (n=13), com média de idade de 61 anos e com diagnóstico de infarto agudo do miocárdio (IAM). Mais da metade dos indivíduos relatou tabagismo (n=10). No sexo masculino houve aumento na distância percorrida durante o teste de caminhada de 6 minutos (TC6M) (p=0.000), pressão inspiratória máxima (PImáx) (p=0.001), pressão expiratória máxima (PEmáx) (p=0.013), força muscular periférica (p=0.002), CVF (p=0.017), melhora na QV (p=0.000) e na percepção da dispneia (p=0.000). Nas variáveis analisadas no sexo feminino, observou-se um aumento na distância percorrida durante o TC6M (p=0.038), PEmáx (p=0.19) e percepção de dispneia (p=0.051) avaliada pelo Medical Research Council (MRC)
Discussão/Conclusão
O PRC contribuiu para a melhora da distância percorrida no TC6M, percepção de dispneia, força muscular respiratória e periférica, PEmáx, CVF e da QV em pacientes de pós-operatório cardíaco fase II.
Palavras Chave
Reabilitação Cardiovascular; Cirurgia de revascularização miocárdica; Qualidade de Vida; Período Pós-Operatório; Fisioterapia
Área
Ergometria / Ergoespirometria / Reabilitação Cardíaca / Cardiologia Desportiva
Autores
TALYSSA BIA SANTOS E SANTOS, VIVIAN SUSSUARANA QUEIROZ MELO