Dados do Trabalho
Título
QUALIDADE DE VIDA E VARIÁVEIS PROGNÓSTICAS EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA REDUZIDA E MELHORADA: UM ESTUDO TRANSVERSAL
Introdução
A Insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica complexa, na qual o coração é incapaz de bombear sangue de forma a atender às necessidades metabólicas tissulares, ou pode fazê-lo somente com elevadas pressões de enchimento. A principal terminologia usada para definir IC baseia-se na Fração de Ejeção do Ventrículo Esquerdo (FEVE). Nessa abordagem, a IC com FEVE melhorada (ICFEm), é definida por pacientes com FEVE prévia < 40% que tiveram um aumento de 10 pontos percentuais atingindo taxas acima de 40% e que tiveram redução do tamanho do ventrículo resultantes de intervenções terapêuticas sobre manejo clínico da IC com Fração de Ejeção Reduzida (ICFEr, FEVE < 40%). O Teste de Exercício Cardiopulmonar (TCPE) destaca-se como uma ferramenta essencial para avaliação da tolerância ao exercício e variáveis prognósticas dessa patologia. Neste estudo, empregamos o Questionário de Minnesota sobre Qualidade de Vida em Insuficiência Cardíaca (MLHF) e o TCPE com o objetivo de analisar e comparar o prognóstico e a qualidade de vida entre pacientes diagnosticados IC com FEVEm e FEVEr.
Métodos
Trata-se de um estudo transversal (nº do parecer 6.655.390) conduzido de janeiro a dezembro de 2023. Foram incluídos adultos entre 18 e 65 anos com diagnóstico de IC, classificados como FEVEr (FEVE <40%) ou FEVEm (FEVE <40% em um ecocardiograma e FEVE >40% em outro, com diferença de 10 pontos), e de Classes funcionais I, II, III da New York Heart Association (NYHA). Foram excluídos pacientes com IC aguda, descompensada, classe funcional IV, pneumopatas, deficiências cognitivas ou neurológicas.
Resultados
Foram incluídos 18 participantes, sendo 12 com ICFEr e 6 com ICFEm. A idade média em ambos os grupos 52,2 e 51 anos (P=0,97). Em relação à qualidade de vida (QV), a média dos escores foi de 50,5 ± 28 para ICFEr e 30 ± 25 para ICFEm, sugerindo uma tendência de melhor QV no grupo ICFEm. No entanto, a análise estatística não revelou diferença (P=0,27). O consumo máximo de oxigênio (VO2máx) foi significativamente maior no grupo ICFEm, com uma média de 24,1, em comparação com o grupo ICFEr com média de 16,4 (p<0,01)). A eficiência ventilatória (VE/VCO2slope) foi melhor no grupo ICFEm, com uma média de 37,9, em relação ao grupo ICFEr com média de 46,5 (p=0,07)).
Discussão/Conclusão
O grupo ICFEm apresentou melhores resultados no MLHF, indicando correlação positiva entre maior fração de ejeção e melhora na QV, entretanto, sem relevância estatística. Os participantes do grupo ICFEm demonstraram melhores respostas cardiorrespiratórias durante o exercício máximo, com melhores valores de consumo de O2, porém com eficiência ventilatória equivalente entre os grupos.
Palavras Chave
Insuficiência Cardíaca; Teste de esforço cardiopulmonar; Qualidade de Vida; Insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida; Prognóstico
Área
Insuficiência Cardíaca
Autores
TALYSSA BIA SANTOS E SANTOS, MAYARA MÔNICA SANTANA E SILVA, CAMILA CAVALCANTE DOS SANTOS, ALICE MIRANDA DOS SANTOS, MARIA GEYNA GAUDINO SIQUEIRA, ZITA AMORIM SANTOS, SHIRLEY LIMA CAMPOS, ARMELE DE FATIMA DORNELAS DE ANDRADE, DANIELLA CUNHA BRANDÃO