Dados do Trabalho
Título
Avaliação dos fenótipos de escore de cálcio coronário nos riscos cardiovasculares: um estudo demográfico
Introdução
As diretrizes clínicas indicam que a avaliação do risco cardiovascular pode ser realizada por meio de diferentes tipos de escore, como o de Framinghan. No entanto, apresentam limitações, especialmente em relação aos indivíduos jovens com forte histórico familiar e em mulheres. Dessa forma, instrumentos adicionais surgem como possível alternativa e estão sendo investigados para aprimoramento, a exemplo do uso de informações genéticas durante a estratificação do perfil cardiovascular.
Métodos
Trata-se de um estudo retrospectivo que examinou os fenótipos em uma amostra de pacientes, suas variáveis demográficas e fatores de risco cardiovascular como hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus (DM), tabagismo e dislipidemia. Foram aplicados testes estatísticos não paramétricos de normalidade e correlação para avaliar a associação com os fatores de risco.
Resultados
Na amostra, 140 pacientes foram submetidos a uma avaliação tomográfica do escore de cálcio coronário, sendo 80 mulheres (57,1%) e 60 homens (42,9 %). Em termos de etnia, 82 pacientes eram brancos (58,6%), 25 afrodescendentes (17,9%), 18 pardos (12,9%) e 15 asiáticos (10,7%). A média de idade era de 53 anos. Os fenótipos A0N0 (75 pacientes, 53,6%), A1N1 (24 pacientes, 17,1%) e A1N2 (11 pacientes, 7,9%) foram os principais. Os pacientes brancos apresentaram maior prevalência do fenótipo A3N3 (12,1%), enquanto o grupo de asiáticos apresentaram maior prevalência do fenótipo A3N4 (10,7%). Existe uma correlação significativa entre a etnia e os fenótipos de maior risco (p=0,0245, teste qui-quadrado). Embora a variação entre os sexos não tenha sido estatisticamente significativa (p>0,05), os fenótipos de maior risco, como A3N3 e A3N4, foram associados com mais frequência a homens. Os fenótipos mais prejudiciais, como A3N3, foram mais comuns entre pacientes com HAS (57,1% deles com A3N3 eram hipertensos, p<0,05). A prevalência do fenótipo A3N2 foi maior naqueles com DM, com 75% dos pacientes diabéticos pertencendo a esse grupo (p<0,05). A dislipidemia foi prevalente nos fenótipos de maior risco, com 100% dos pacientes com os fenótipos A3N4 e A3N1 apresentando essa condição (p<0,05). Entre os pacientes com o fenótipo A3N3, 14% apresentaram calcificação no tronco da coronária esquerda, o que indica um risco cardiovascular mais elevado neste grupo. O tabagismo foi a única variável que não demonstrou uma correlação significativa com os fenótipos.
Discussão/Conclusão
Os fenótipos de maior risco, como A3N3 e A3N4, demonstraram correlações significativas com fatores de risco cardiovascular, como HAS e dislipidemia. Além disso, os fenótipos variaram de acordo com a etnia e o sexo, indicando a necessidade da abordagem individualizada para manejo do risco cardiovascular. A análise das artérias mais afetadas mostra que esses grupos de pacientes precisam ser monitorados continuamente.
Palavras Chave
Doença da Artéria Coronariana; Fatores de Risco; Fenótipo
Área
Doença arterial coronariana
Autores
Larissa Souza Bezerra, Isaac Vinicius Dantas Ribeiro, João Henrique Menezes de Albuquerque, Jullyanna Dantas Xavier, Letícia Maria Silva Evangelista, Lívia Maria Gregório Vicente Leite, Liz Camila Labrada Quevedo, Marcos Vinícius Ferreira Fausto, Eduardo Lins Paixao