32º Congresso Pernambucano de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Impacto da COVID-19 no número de óbitos por Infarto Agudo do Miocárdio em indivíduos abaixo de 40 anos de junho 2014 até junho 2024 no estado de Pernambuco.

Introdução

Indivíduos com menos de 40 anos sem comorbidades não são considerados de alto risco para infarto agudo do miocárdio (IAM). Contudo, o surgimento da COVID-19 ocasionou impactos cardiovasculares significativos, os quais promoveram mudanças no perfil epidemiológico associado a essa doença. Com isso, esse estudo visa analisar o impacto desse cenário nos óbitos hospitalares por IAM em menores de 40 nos últimos 10 anos em Pernambuco.

Métodos

A fim de prestar uma análise qualitativa e quantitativa foi realizado um estudo observacional transversal com base nos dados extraídos do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Os dados foram selecionados para avaliar a contagem de óbitos ocorridos em ambiente hospitalar em decorrência de Infarto Agudo do Miocárdio, abrangendo ambos os sexos, na população com idade inferior a 40 anos no estado de Pernambuco, durante o período de junho de 2014 a junho de 2024.

Resultados

De junho de 2014 até junho de 2024, foram registrados 62 casos de mortes hospitalares por IAM em pacientes com menos de 40 anos. O número de óbitos de cada ano, a partir de 2014 até junho de 2024, foi o seguinte: 6, 9, 8, 8, 3, 5, 6, 4, 5, 6 e 2. Em relação à faixa etária, a mais prevalente foi a de 35 a 39 anos. Além disso, ao analisar o período de junho de 2014 a dezembro de 2019, houve um número de óbitos por infarto agudo do miocárdio, em indivíduos até 39 anos, de 39. Proporcionalmente, as faixas etárias de 0 a 1, 15 a 19, 20 a 29 e 30 a 39 anos representaram, respectivamente: 0%, 2,5%, 7,7% e 89,7%. Em contrapartida, a análise de 2020 a junho de 2024 registrou 23 óbitos ao total, sendo a proporção das faixas etárias analisadas, respectivamente: 4,35%, 0%, 30,43%, 65,22%.

Discussão/Conclusão

Diante dos dados apresentados, nota-se que apesar da redução do número total de óbitos por IAM, houve alterações referente à proporcionalidade de óbitos por faixa etária. Ao comparar as faixas etárias até 2019 e após esse período, observou-se que a proporção entre 20 e 29 anos aumentou em oposição à redução da faixa etária de 30 a 39 anos. Pode-se considerar como marco temporal desse período o início da pandemia da COVID-19 como um fator influente na incidência das mortes, tendo em vista que a infecção apresentou implicações cardíacas consideráveis em adultos jovens, principalmente os com problemas congênitos do coração, se manifestando na forma de arritmias, miocardite e, por fim, o infarto. Por outro lado, a redução do número de casos totais pode apontar para a subnotificação dos casos durante o período registrado. Assim, essa análise fornece informações relevantes sobre o impacto da COVID-19 no perfil epidemiológico dos óbitos por IAM, estimulando a produção de mais estudos sobre o tema, além da implementação de novas medidas de saúde pública.

Palavras Chave

Infarto agudo do miocárdio; Covid-19; Epidemiologia; óbitos

Área

Doença arterial coronariana

Instituições

Universidade de Pernambuco - Pernambuco - Brasil

Autores

Arthur do Nascimento Teodosio, Brícia Maia Leite Dantas, Caio César Leite Martins, Erik de Oliveira Tavares, Helena Alessandrine Santiago Quintino, João Pedro de Almeida Roque Lisboa, Lays Sthefany Siqueira da Costa, Lívia Barbosa Cavalcanti, Rafael Carvalheira Vieira da Silva