32º Congresso Pernambucano de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Prevalência da Tetralogia de Fallot na Região Nordeste Comparada ao Cenário Nacional.PP

Introdução

A Tetralogia de Fallot (ToF) é uma cardiopatia congênita caracterizada pela anteriorização do septo infundibular, ocasionando alterações anatômicas. Seus principais sintomas são presença de sopros cardíacos os quais podem ser audíveis ao nascimento, cianose, crises de hipoxemia, taquipneia e baqueteamento digital. A gravidade e seus impactos podem resultar em morte ainda na vida intrauterina. A carência de dados sobre a Tetralogia de Fallot a nível nacional é notável e cria-se a necessidade de buscar dados internacionais para entender o panorama da doença no Brasil.

Métodos

Trata-se de um estudo epidemiológico de corte transversal, descritivo e analítico com o objetivo de encontrar a prevalência e os fatores associados à Tetralogia de Fallot no Brasil, com foco na Região Nordeste. Houve uma pesquisa nos principais banco de dados científicos: BVS, SciELO e PubMed. Na busca, foram utilizados descritores através do DECS: "Tetralogia de Fallot", "Nordeste", "Brasil", "Doenças Congênitas". Os dados secundários foram obtidos do sistema DATASUS e do Ministério da Saúde, abrangendo o período de cinco anos.

Resultados

Analisando os dados entre os anos de 2018 a 2022, houveram 523 casos de Tetralogia de Fallot a nível nacional. A Região Nordeste ocupa o terceiro lugar em prevalência de casos, apresentando 43 casos, equivalente a 8,22%, em relação ao cenário nacional. Aprofundando para Pernambuco, foram encontrados 7 casos, correspondente a 16,27% dos casos do Nordeste. A metanálise de Van der Linde et al. (2011) estima uma incidência global de 9 cardiopatias congênitas a cada 1000 nascimentos. No Brasil, seriam cerca de 25.757 novos casos por ano, com 7.570 na Região Nordeste. A Tetralogia de Fallot representaria 973 casos. No entanto, pode-se afirmar que há uma subnotificação significativa dos dados a nível nacional, comparando os números observados no Brasil com as estimativas globais fornecidas por Van der Linde et al.

Discussão/Conclusão

Ao analisar esse panorama de dados, percebe-se a falta de políticas de saúde para diagnóstico precoce da ToF e de infraestrutura para que a equipe médica realize-os precocemente. É crucial a realização de cursos de capacitação para profissionais da saúde, com o objetivo de melhorar a identificação e notificação das malformações congênitas, incluindo ToF, com o objetivo de melhorar o sistema de informações, e dessa forma, estabelecer programas de saúde adequados para sua prevenção e assistência. Além disso, o enfrentamento de tal problema requer a participação ativa da sociedade civil no desenvolvimento de ações e políticas sociais, que torna fundamental a intervenção de agentes que vivenciam e lidam com essas dificuldades na elaboração de soluções eficazes nas áreas sociais.
No Brasil, há subnotificação da prevalência da Tetralogia de Fallot, e por isso faz-se necessário a notificação precoce desses casos, visando um tratamento imediato e a diminuição das taxas de mortalidade da doença.

Palavras Chave

Tetralogia de Fallot; Nordeste; Brasil; Doenças congênitas

Área

Cardiologia clínica

Instituições

Centro Universitário Maurício de Nassau - Pernambuco - Brasil

Autores

Edileine Dellalibera, Talyta Oliveira, Lorrana Carvalho, Guilherme Menezes, Vitória Larissa Santos , Ana Beatriz Guimarães, Maria Luiza Lemke, Mirela Arenas