Dados do Trabalho

Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES EM CARÁTER DE URGÊNCIA POR HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA NO ESTADO DE PERNAMBUCO: UM ESTUDO TRANSVERSAL DOS ÚLTIMOS 05 ANOS.

Introdução

A Sociedade Brasileira de Cardiologia considera que a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença crônica não transmissível e multifatorial caracterizada pela elevação persistente dos níveis da pressão arterial sistólica, acometendo cerca de 32,5% (36 milhões) de adultos brasileiros e responsável por 50% das mortes por doenças cardiovasculares no país. Dessa forma, torna-se essencial garantir o cuidado integral e longitudinal dos portadores de HAS, inseridos na Atenção Primária à Saúde, a fim de reduzir as complicações resultantes de sua cronicidade através do acompanhamento contínuo. Este estudo visa analisar as internações decorrentes de Hipertensão Primária nos últimos 5 anos no Estado de Pernambuco que poderiam ser evitadas com o manejo da atenção básica de qualidade.

Métodos

Estudo retrospectivo, transversal, descritivo e epidemiológico. Os dados expostos foram coletados do banco informativo de saúde do DATASUS (TABNET) entre o período de janeiro de 2018 a janeiro de 2023 ocorridas na região Nordeste do Brasil, referente as internações por Hipertensão Primária. as variaveis utilizadas foram sexo, faixa etária e raça/cor

Resultados

Nesse período, houveram 8.602 internações em todo o território pernambucano, com destaque para a macrorregião de saúde metropolitana e agreste representando, respectivamente, 63% e 19%. Com predomínio em cerca de 64% na população parda e 07% branca, sendo 2.106 do total não se tinha informação relativa à cor/raça. Identificou-se 74% na faixa etária entre 50 a 80 anos e mais, tendo 21% internações com idades entre 60 a 69 anos e pouca importância nos primeiros anos de vida. Cerca de 59% foram do sexo feminino, com aumento no número de casos com o envelhecimento dos indivíduos. Quase na totalidade, ou aproximadamente 96%, o caráter de atendimento foi de urgência. Os valores com os atendimentos desses pacientes totalizaram cerca de oito milhões de reais nesse período.

Discussão/Conclusão

Ter o diagnóstico de HAS já reduz a qualidade de vida e expectativa de vida dos pacientes, pois existe forte correlação com alterações metabólicas, funcionais e estruturais de órgãos-alvo, mesmo que de forma assintomática. Assim, observa-se que o sexo feminino é predominante sendo principalemente em mulheres na pós- menopausa, visto que pode corresponder à ausência do efeito protetor do estrogênio, alterando vasoatividade arterial. Além disso, devemos correlacionar, em adultos jovens, os efeitos da HAS que leva a alterações irreversíveis no organismo, o que é manifesto a partir de várias patologias. Nesse sentido, por ser uma condição que gera alto custo médico para o sistema público de saúde, seu bom manejo na APS visando ações de promoção e prevenção dos fatores de risco, a doença seria melhor controlada e como consequência as internações de urgência seriam menores nessa população.

Palavras Chave

Hipertensão arterial sistêmica; internamento hospitalar; Qualidade de Vida