Dados do Trabalho
Título
OBESIDADE E SUA CORRELAÇÃO COM COMORBIDADES CARDIOVASCULARES E INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: RELATO DE CASO
Introdução
A insuficiência cardíaca (IC) se tornou um dos grandes problemas de Saúde Pública do mundo moderno, mesmo com os avanços terapêuticos sua morbimortalidade se mantém alta, necessitando de maior enfoque na prevenção. Além disso, a obesidade extrema é reconhecida como um fator de risco para IC e dados do estudo de Framingham, com base na análise de 5881 pessoas, que o aumento do índice de massa corpórea (IMC) em uma unidade aumentaria o risco de apresentar IC em 5% para os homens e em 7% para as mulheres. junto a esse fator, quando se compara a evolução dos obesos (IMC de 30 ou mais) com os normais (IMC entre 18,5 e 24,9) os obesos apresentaram o dobro de chance de apresentar descompensação cardíaca, sendo este risco 2,12 para as mulheres e 1,90 para os homens.
Descrição do caso
P.A.R.G., 46 anos, masculino, portador de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) sem complicações, iniciou acompanhamento na unidade de Saúde de origem em 2018 com dificuldade para iniciar e manter o sono. Tabagista, etilista e obeso com índice de massa corpórea de 62,44 kg/m2 (160kg) em uso de besilato de anlodipino; furosemida, losartana potássica além de clonazepam. Em 2019, paciente sofreu um infarto agudo do miocárdio (IAM) e nesse internamento foi realizada ecocardiografia transtorácica (ECOTT) que evidenciou insuficiência cardíaca com fração de ejeção de 20% (FEVE) de perfil B. Em 2020, referiu piora de classe funcional da New York Heart Association de II para III, associado ainda a dor precordial em pontada sem irradiação e sudorese, com dificuldade para subir a ladeira de sua casa há 09 meses, em uso de carvedilol, espironolactona, furosemida, sinvastatina, propatilnitrato e ácido acetilsalicílico. Em 2021, retornou com queixas de dispneia aos médios e pequenos esforços, dificuldade para deambular, aumento de volume abdominal e úlcera venosa em face medial da perna esquerda sem sangramentos e passou a ser acompanhado por vascular. Em 2023, houve aumento de peso para 170kg, piora da dispneia o propatilnitrato foi substituído por sacubitril/ valsartana e um novo ECOTT foi realizado e sua FEVE de 45%.
Discussão/Conclusão
O paciente, durante sua história clínica, apresentou quadro de dispneia progressiva até sua piora, além disso teve um episódio de IAM, com ecocardiograma que evidenciou disfunção sistólica. frente a isso, tem-se o diagnóstico de HAS associada a obesidade (IMC maior que 50kg/m2), que corrobora com estudos recentes no qual a obesidade é um fator de risco para população sem comorbidades e em pacientes portadores de IC está associado ao melhor prognóstico em decorreria menor estimulação neuro-hormonal que diminuem fatores de necrose tumoral-alfa, fato que confere um importante determinante de progressão e do prognóstico da doença associado a melhor qualidade de vida desses pacientes.
Palavras Chave
Insuficiência Cardíaca; CARDIOLOGIA; Atenção primária em saúde
Área
Insuficiência Cardíaca
Instituições
FACULDADE DE MEDICINA DE OLINDA - Pernambuco - Brasil
Autores
RODRIGO JOSÉ MARQUES DOS SANTOS SALDANHA, PRISCILLA BARBOSA ARAÚJO, ADRIANA SANCHES FLORES, INGRID MACARIO LINS EVANGELISTA, BRUNA ELLEN OLIVEIRA DE CARVALHO