Dados do Trabalho
Título
Aplicação de Protocolo de Treinamento Físico de Alta Intensidade em Pacientes com Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Ventricular Esquerda Reduzida
Introdução
A modalidade de treinamento aeróbico intervalado de alta intensidade (TIAI) vem apresentando melhores respostas cardiovasculares adaptativas quando comparado ao treinamento contínuo de moderada intensidade (TCMI). O objetivo desta subanálise é descrever o efeito do TIAI e TCMI, com intensidades guiadas pelos limiares ventilatórios, sobre a capacidade funcional e função cardiovascular e presença de efeitos adversos após 6 semanas de treinamento.
Métodos
O projeto “Impact After Physical Training on Heart Failure – IMPACT-HF” incluirá pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção ventricular esquerda reduzida, para intervenção em modalidades TIAI e TCMI por 12 semanas. Nesta subanálise com carateristica descritiva, quatro participantes foram randomizados para os dois grupos de treinamento. O exercício aeróbico foi realizado em cicloergômetro. As intensidades do treinamento foram estabelecidas pelos valores da frequência cardíaca atingida nos limiares ventilatórios do teste cardiopulmonar de exercício. Alta intensidade foi definida como exercício acima do 2º limiar ventilatório. Moderada intensidade foi caracterizada por exercício realizado na faixa entre os limares 1 e 2.
Resultados
Todos os participantes eram homens e dois abandonaram o estudo nas duas semanas iniciais de adaptação, sem relação com efeito adverso ao treinamento. Remanescentes tinham idade 59 e 44 anos, fração de ejeção do ventrículo esquerdo 38% e 25%, strain global de ventrículo esquerdo (SGVE) -10,4 e -13,2%, consumo de oxigênio (VO2) pico 11,3 e 24,5 ml.kg.min-1, VO2 no limiar ventilatório 1 foi 7,4 e 18,5 ml.kg.min-1, pulso de oxigênio (PUO2) 7,7 e 11,7ml/bat, respectivamente no TIAI e TCMI. Após 6 semanas de treinamento houve aumento na fração de ejeção ventricular esquerda (39% e 26,6%), e no PUO2 (10,1 e 13,6ml/bat) no TIAI e TCMI respectivamente. O SGVE apresentou melhora apenas no grupo TCMI para -14,6. O VO2pico e VO2 no limiar 1 aumentaram no TIAI (12,3 ml.kg.min-1 e 8,4 ml.kg.min-1, respectivamente). O participante do TCMI apresentou fibrilação atrial paroxística fora da sessão de treino, com reversão espontânea em acompanhamento ambulatorial.
Discussão/Conclusão
Houve melhora de parâmetros cardiovasculares através do exercício físico aplicado em curto período de 6 semanas. Variáveis do teste cardiopulmonar de exercício apresentaram melhor resposta no TIAI. Como os grupos foram estimados para gasto energético e frequências de treino semelhantes, a intensidade do exercício pode ser o fator determinante para o ganho na capacidade funcional. Foi observado melhora no SGVE no TCMI e estudos tem demonstrado que apenas duas semanas de exercício produz mudanças no strain miocárdico. Não houve eventos adversos importantes. Na literatura ambas as modalidades de treinamento têm se mostrado seguras. Conclusão: Houve melhora de parâmetros cardiovasculares através do exercício físico em curto período de treinamento. O TIAI proporcionou melhores respostas adaptativas, sem adicionar efeitos adversos.
Palavras Chave
Insuficiência Cardíaca; exercício físico; teste cardiopulmonar de exercício; strain miocárdico; treinamento intervalado de alta intensidade
Área
Ergometria / Ergoespirometria / Reabilitação Cardíaca / Cardiologia Desportiva
Instituições
Universidade de Pernambuco - Pernambuco - Brasil
Autores
Antônio Marconi Leandro da Silva, Ádrya Aryelle Ferreira, Joice de Souza Batista , Anna Cristina da Silva Santos, Camila Almeida Sá, João Vitor Cabral de Albuquerque, João Paulo Coelho Guimarães, Carlos Augusto Alves Rêgo, Victor Ribeiro Neves