Dados do Trabalho

Título

PACIENTE PORTADORA DE VENTRÍCULO ÚNICO COM HISTÓRICO DE GESTAÇÃO SEM GRANDES INTERCORRÊNCIAS: RELATO DE CASO

Introdução

O ventrículo único é uma cardiopatia congênita rara, complexa e de alta gravidade. Relataremos um caso surpreendente de uma mulher de 32 anos, admitida na emergência com quadro de taquiarritmia e insuficiência cardíaca descompensada. Quando realizado o ecocardiograma transtorácico foi constatado cardiopatia congênita complexa por ventrículo único com hipertensão pulmonar grave.

Descrição do caso

Mulher, 32 anos, vem a emergência da upa Petrolina com quadro de piora da dispneia há mais ou menos 1 semana associado a edema de membros inferior. Paciente tinha como comorbidade alguma cardiopatia que não sabia responder e refere apenas um parto Cesário sem grandes intercorrências há mais ou menos 7 anos. Paciente referia no momento da admissão dispneia aos pequenos esforços e ortopneia. Inicialmente a paciente apresentava-se com cianose periférica, saturando 86% em ar ambiente, pressão arterial não invasiva de 100 x 50 mmHg, taquipneica e taquicardica. Ao exame físico apresentar estertores grossos em ambos hemitórax porem mais prevalente em hemitórax esquerdo; ao aparelho cardiovascular apresentar ritmo irregular, sopro pansistólico em todos os focos. Paciente estabilizada em sala vermelha com diuréticos de alça venoso e droga inotrópica. Realizado radiografia de tórax com achado de aumento de área cardíaca e congestão pulmonar. No ecocardiograma a beira leito foi-se observado um ventrículo único com dupla via de saída, pulmonar e aórtica, apresentando grande aumento de pressões em artéria pulmonar, 120 mmHg; função ventricular preservada, subjetivamente e ainda uma pequena porção do segmento inferosseptal basal e médio bastante rudimentar. Paciente estabilizada e introduzido beta bloqueador e amiodarona para controle do ritmo, uma vez que possuía ritmo atrial de alta resposta.

Discussão/Conclusão

O ventrículo único representa aproximadamente 1,5% de todas as cardiopatias congênitas. Com adventos de dispositivos e cirurgias corretivas a sobrevida dos pacientes com essa condição tem melhorado significativamente ao longo do tempo. No caso apresentado, a paciente, mesmo após uma gravidez, não demonstrou piora clínica, evidenciando a capacidade de remodelamento cardíaco afim de manter o equilíbrio das pressões das câmaras. Este relato de caso destaca a importância crescente das cardiopatias congênitas em adultos, uma vez que essas condições estão se tornando mais presentes em emergências e ambulatórios. O acompanhamento e a gestão dessas condições continuam a ser cruciais para a qualidade de vida e o prognóstico dos pacientes.

Palavras Chave

Cardiopatias Congênitas; Ventrículo Único; Gestação