32º Congresso Pernambucano de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

CORRELAÇÃO ENTRE ÍNDICE DE RIGIDEZ ARTERIAL E FUNÇÃO ENDOTELIAL EM INDIVÍDUOS HIPERTENSOS PÓS COVID-19

Introdução

A pandemia de COVID-19 revelou várias complicações cardiovasculares em indivíduos com condições pré-existentes, como a hipertensão arterial (HA). Um aspecto importante é o impacto do vírus na função endotelial e na rigidez arterial, um indicador crítico de risco cardiovascular. A Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) permite avaliar continuamente a pressão arterial (PA) por 24 horas e pode fornecer insights sobre a rigidez arterial. A função endotelial, essencial para a regulação vascular, pode ser alterada em hipertensos infectados pela COVID-19. Este estudo tem como objetivo investigar a correlação entre o índice de rigidez arterial (AASI - Ambulatory Arterial Stiffness Index), avaliado pela MAPA, e a função endotelial em hipertensos após infecção leve pela COVID-19.

Métodos

Trata-se de um estudo observacional transversal, no qual foram incluídos 30 indivíduos hipertensos, com idade entre 40 e 75 anos, com diagnóstico de HA, há pelo menos 12 meses e em tratamento medicamentoso otimizado. Os participantes foram divididos em dois grupos: Grupo I (GI; n=15) com hipertensão sem infecção por SARS-CoV-2, e Grupo II (GII; n=15) com hipertensão e infecção confirmada por SARS-CoV-2 há no mínimo 6 e no máximo 18 meses, com sintomas leves e sem necessidade de internação em unidade de terapia intensiva (UTI). Todos os indivíduos realizaram MAPA para avaliar a PA ao longo de 24 horas, com medições a cada 15 minutos durante o dia e a cada 30 minutos à noite. A rigidez arterial foi avaliada por pressão de pulso (PP), pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), a PP é a diferença entre a PAS e a PAD. A fórmula utilizada para obter o índice de rigidez foi: PP=PAS−PAD. A função endotelial foi analisada por ultrassonografia braquial utilizando o teste de dilatação mediada por fluxo (FMD).

Resultados

O AASI foi significativamente maior no GII (0,55 ± 0,17) em comparação ao GI (0,41 ± 0,16), indicando aumento da rigidez arterial em hipertensos com histórico de COVID-19. Não foi observada correlação significativa na função endotelial medida pela FMD entre os grupos.

Discussão/Conclusão

O aumento do AASI no grupo com COVID-19 sugere que a infecção pode exacerbar a rigidez arterial em hipertensos, alinhando-se a estudos que associam infecções virais a alterações na função vascular e maior rigidez arterial. Estudos teóricos indicam que a COVID-19 pode causar inflamação endotelial e estresse oxidativo, resultando em maior rigidez arterial. No entanto, a falta de correlação na FMD sugere que, apesar do aumento na rigidez arterial, a função endotelial, medida pela FMD, não foi diferentemente afetada entre os grupos. Isso pode refletir a complexidade das respostas endoteliais à infecção viral, que não se traduz diretamente em alterações detectáveis pela FMD.

Palavras Chave

Covid-19; Hipertensão; Rigidez Aterial; Velocidade da Onda de Pulso; estresse oxidativo

Área

Hipertensão Arterial Sistêmica, MAPA e MRPA

Instituições

UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO - Pernambuco - Brasil

Autores

JOICE DE SOUZA BATISTA, ADRYA ARYELLE FERREIRA, ANTÔNIO LEANDRO MARCONI DA SILVA, PEDRO IGOR LUSTOSA RORIZ, GERLENE GRUDKA LIRA, CAMILA ALMEIDA SÁ, MATHEUS SOBRAL SILVEIRA, FABIANNE MAISA DE NOVAES ASSIS DANTAS, VICTOR RIBEIRO NEVES