Dados do Trabalho

Título

AVALIAÇÃO DA ESPIRITUALIDADE EM PACIENTES INTERNADOS NO SERVIÇO DE CARDIOLOGIA EM HOSPITAL TERCIÁRIO EM RECIFE

Introdução

As doenças cardiovasculares há décadas, ocupam o primeiro lugar entre as causas de mortalidade no mundo. Apesar de, no contexto brasileiro atual, se observar diversos debates acerca de temas que envolvem religiosidade e espiritualidade, apenas mais recentemente houve um crescimento no número de estudos sobre a religiosidade/espiritualidade e suas implicações na saúde física e mental dos indivíduos. Em 1999, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a descrever a qualidade de vida como multidimensional, nas dimensões física, psíquica, social e espiritual. A Associação Mundial de Psiquiatria afirma que, no campo da saúde, a religiosidade/espiritualidade possui implicações significativas para prevalência, diagnóstico, tratamento, desfechos clínicos e prevenção de doenças. Analisar o contexto espiritual de pacientes internados com agravos cardiovasculares pode representar uma medida importante no conhecimento e geração de medidas que melhores o bem estar dos mesmos, inclusive quando procedimentos não geram a cura completa, condição comum nas doenças crônico-degenerativas.

Métodos

O estudo foi classificado como um estudo do tipo coorte, em pacientes acompanhados na enfermaria de cardiologia de um hospital terciário do nordeste brasileiro. A coleta foi realizada através da aplicação de dois questionários validados acerca da religiosidade/espiritualidade, os questionários FICA e HOPE, entre maio de 2023 a setembro de 2023. A análise estatística foi realizada por meio da plataforma SigmaStat 3.1. O referido estudo foi aprovado pela diretoria e pelo Comitê de Ética e Pesquisa do referido hospital.

Resultados

91 pacientes participaram da pesquisa, com presença de 97% da amostra se declarando espiritualizada. Destes, 48% participavam de alguma comunidade religiosa, a maior parte deles pertencentes às igrejas Assembleia de Deus e Católica. A idade média daqueles que pertenciam a alguma comunidade religiosa foi de 55,2 anos (p=0,007). Em relação a mortalidade geral (6,59%) não observou-se relevância estatística em relação às variáveis analisadas. Os pacientes que diziam ter algum grupo que amava e se importava, assim como os pacientes que diziam ter um líder espiritual tiveram menor tempo de internamento (p < 0,001).

Discussão/Conclusão

Não houve correlação estatisticamente significativa na relação entre espiritualidade e mortalidade de pacientes cardiopatas internados no serviço de cardiologia de um hospital terciário de recife, porém houve redução do tempo de internamento dos pacientes que atribuíram grande ou médio importância a fé. Apesar do víes de causa-e-efeito, medidas que incomporem a anamnese espiritual e instituição de práticas devem ser consideradas na minimização do sofrimento presente na maioria destes internamentos por doença cardiovascular.

Palavras Chave

espiritualidade; Religiosidade; Tempo de internamento; Doenças Cardiovasculares