32º Congresso Pernambucano de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

CIV APÓS INFARTO ANTERIOR: RELATO DE CASO

Introdução

O INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) REPRESENTA IMPORTANTE CAUSA DE MORBIMORTALIDADE PRINCIPALMENTE QUANDO ASSOCIADA A COMPLICAÇÕES.A COMUNICAÇÃO INTERVENTRICULAR (CIV) PÓS-IAM É CONSIDERADA UMA COMPLICAÇÃO RARA COM INCIDÊNCIA DE 0,2%.A CIV PÓS-IAM APRESENTA ALTAS TAXAS DE MORTALIDADE, VARIANDO DE 25 A 87%. RELATAMOS UM CASO COM CORREÇÃO DE CIV TARDIA APÓS 03 MESES DO EVENTO AGUDO COM BOA RECUPERAÇÃO PÓS CIRURGIA.

Descrição do caso

PACIENTE, MULHER, 78 ANOS, HIPERTENSA E PORTADORA DE DOENÇA RENAL CRÔNICA, ADMITIDA COM QUADRO DE PERDA DE CONSCIÊNCIA, ENCONTRADA DESACORDADA EM DOMICÍLIO.FOI INTERNADA NA CARDIOLOGIA COM NECESSIDADE DE INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL E USO DE NORADRENALINA + DOBUTAMINA.LABORATORIO NORMAL. ELETROCARDIOGRAMA:SUPRA DE ST DE PAREDE ANTERIOR. CATETERISMO CARDÍACO COM ARTÉRIA DESCENDENTE ANTERIOR OCLUÍDA 1/3 MÉDIO,.REALIZADA ANGIOPLASTIA COM STENT FARMACOLÓGICO E FLUXO DISTAL FINAL TIMI II.TOMOGRAFIA DE CRÂNIO SEM CONTRASTE SUGERIU INSULTO ISQUÊMICO ANTIGO.EXAME FÍSICO COM SOPRO CARDÍACO HOLOSSISTÓLICO NOVO, EM BORDO ESTERNAL INFERIOR ESQUERDO (4+/6+).ECOCARDIOGRAMA TRANSTORÁCICO COM FUNÇÃO SISTÓLICA REDUZIDA EM GRAU IMPORTANTE (FE SIMPSON= 30%), ACINESIA DE TODA REGIÃO APICAL E DO SEPTO MEDIAL E PRESENÇA DE CIV SEPTO-APICAL PÓS-IAM (MEDINDO +/-0,4CM), COM GRADIENTE VE-VD EM TORNO DE 105MMHG. APÓS 48 HORAS DA ADMISSÃO, INICIOU TERAPIA DE SUBSTITUIÇÃO RENAL.NO 7º DIA DE INTERNAMENTO A PACIENTE FOI EXTUBADA.EVOLUIU COM 2 EPISÓDIOS DE PNEUMONIA DURANTE O INTERNAMENTO, COM BOA RESPOSTA A ANTIBIÓTICOS, ALÉM DE UM EPISÓDIO DE EDEMA AGUDO DE PULMÃO, TRATADO COM DIURÉTICO, VASODILATADOR VENOSO E VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA. NO 3º MÊS DE INTERNAÇÃO A PACIENTE FOI SUBMETIDA A CORREÇÃO DE CIV SEPTO-APICAL COM RETALHO DE PERICÁRDIO BOVINO E ANEURISMECTOMIA ÂNTERO-APICAL. EVOLUIU COM MELHORA CLÍNICA E TEVE ALTA HOSPITALAR.

Discussão/Conclusão

É RECOMENDADA A CORREÇÃO DA CIV PÓS-IAM LOGO APÓS A ESTABILIZAÇÃO INICIAL DO PACIENTE (ANTES DE 7 DIAS).HÁ RECOMENDAÇÃO COM MENORES TAXAS DE MORTALIDADE COM A CORREÇÃO MAIS TARDIA,APÓS 7 DIAS.APESAR DO MOMENTO DE ABORDAGEM REPRESENTAR UMA DECISÃO CRÍTICA,HÁ FATORES PROGNÓSTICOS QUE COLABORAM PARA A INDIVIDUALIZAÇÃO CASO A CASO.SITUAÇÕES QUE REPRESENTAM RISCO IMEDIATO DE MORTALIDADE:AUMENTO DE ÁREA DE NECROSE CARDÍACA, INSTABILIDADE HEMODINÂMICA E SOBRECARGA DE VD FAVORECEM INTERVENÇÕES MAIS PRECOCES DESSA COMPLICAÇÃO.POR OUTRO LADO,ABORDAGEM MAIS TARDIA APRESENTA MAIOR BENEFÍCIO PARA IDOSOS COM RISCO CIRÚRGICO PROIBITIVO, CIV PEQUENA COM POUCA ÁREA DE NECROSE OU EM CHOQUE CARDIOGÊNICO E PACIENTES SEM PERDA DE FUNÇÃO VENTRICULAR.O PADRÃO OURO NA CORREÇÃO DA CIV CONTINUA SENDO A CIRURGIA APESAR DE TAXA DE MORTALIDADE ALTA, POR VOLTA DE 46%.ALÉM DA ALTA MORTALIDADE, ESSA INTERVENÇÃO APRESENTA ALTAS TAXAS DE COMPLICAÇÕES E ELEVADO RISCO INTRAOPERATÓRIO COM POSSIBILIDADE DE RÁPIDA DETERIORAÇÃO HEMODINÂMICA, SENDO ESTE UM FORTE PREDITOR DE MORTALIDADE PRECOCE MESMO QUANDO COMPARADO AO CHOQUE CARDIOGÊNICO NA ADMISSÃO PÓS SCA.

Área

Doença arterial coronariana

Instituições

PROCAPE - Pernambuco - Brasil

Autores

LORENNA ANDRESSA BATISTA ZACARIAS, LUIZ ALBUQUERQUE PEREIRA OLIVEIRA NETO, JONAS LOPES SILVA, ESDRAS ANDRADE OLIVEIRA, ISLY MARIA LUCENA BARROS