Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

Efetividade da videomonitorização na transição do cuidado de pacientes com Insuficiência Cardíaca: Ensaio Clínico Randomizado

Introdução e/ou Fundamento

Um modelo de transição do cuidado baseado em videomonitorização pode otimizar desfechos clínicos de pacientes com Insuficiência Cardíaca (IC) descompensada pós alta hospitalar.

Objetivo

Testar a efetividade de uma estratégia multifacetada baseada em videomonitorização e compartilhamento de informações clínicas entre atenção terciária e primária de pacientes com IC, 180 dias após alta hospitalar.

Materiais e Métodos

Ensaio clínico randomizado, aleatorizado, duplo cego, realizado com pacientes portadores de IC atendidos no HC da Universidade Federal de Uberlândia, MG. Os pacientes foram divididos em dois grupos: Controle (GC) e Intervenção (GI). O protocolo baseia-se na avaliação beira leito e aplicação de instrumentos (exame físico cardiovascular, Escala Europeia de Autocuidado; Questionário de Conhecimentos sobre IC; Instrumento de adesão ao tratamento em IC; Instrumento Minnesota de QV; Instrumento de aptidão cardiorrespiratória[ACR]) na alta hospitalar. O GC seguiu os cuidados usuais do serviço de saúde local após alta. No GI, foi realizado o compartilhamento do sumário de alta e discussão do caso clínico entre unidade hospitalar e de atenção primária à saúde com médico e enfermeiro. Ademais, foi aplicado protocolo educativo em IC através de videomonitorização baseado nas diretrizes de da SBC em 7, 30, 60 e 180 dias. A figura 1 esquematiza a metodologia do estudo (link para acesso de figuras e tabelas: https://encurtador.com.br/dhQVZ)  

Resultados

Foram randomizados 110 pacientes e até o momento, 43 pacientes (GC=20; GI=23) completaram o seguimento de 180 dias, com idade média de 65,65±12,9 no GC e 66,30±11,65 no GI, a maioria brancos (GC=9; 45%; GI=11; 47,8%), sexo masculino (GC=14; 70%; GI=12; 52,2%) com histórico de diabetes mellitus (GC=11; 55%; GI=11; 47,8%), hipertensão arterial (GC=12; 60%; GI= 22; 95,7%) e infarto do miocárdio (GC=11; 55%; GI=10; 43,5%). A principal etiologia da IC foi isquêmica (GC=7; 35%; 10; 43,5%), perfil B (GC=8, 40%; 10; 43,5%), NYHA II (GC=9; 45%) e NYHA III (GI=12; 52,2%) e FEVE (%) de 29,20±6,80 no GC e 31±5,97% no GI.  Observou-se redução de óbitos e reinternação no GI quando comparados ao GC (figuras 2 e 3). Todos os desfechos no GI evidenciaram melhora como demonstra a figura 4 (link na metodologia). O ajuste do modelo estatístico através da regressão linear demonstrou que o protocolo deste ensaio clínico otimizou no GI o desfecho primário autocuidado, que por sua vez prevê melhora na QV em 58%, na adesão ao tratamento em 21%, no conhecimento sobre IC em 44% assim como na ACR em 44%, como evidenciado na tabela 1 (link na metodologia). 

Conclusões

A videomonitorização e educação em saúde cardiovascular associada ao compartilhamento de informações clínicas entre atenção terciária e primária demonstra ser uma estratégia efetiva na otimização do  desfechos mensurados. 

Área

Pesquisa Clínica

Autores

OMAR PEREIRA DE ALMEIDA NETO, PARDEEP S JHUND, Eneida Rejane Rabelo-Silva, Patrícia Magnabosco, Gianna Fiori Marchiori, Izadora Vieira Araújo, Maria Eduarda de Pádua Alcântara, Jéssica Silva Franco , Amanda Silva Merino , Ana Paula Alves Goulart