Dados do Trabalho

Título

Distribuição Espacial da Mortalidade Intra-hospitalar por Insuficiência Cardíaca no Sistema Único de Saúde (SUS)

Introdução e/ou Fundamento

As doenças cardiovasculares representam a principal causa de mortalidade no Brasil e no mundo. Insuficiência cardíaca é uma apresentação comum a várias doenças cardiovasculares e determina elevada morbidade e mortalidade.

Objetivo

Avaliar a distribuição espacial da mortalidade durante internação por insuficiência cardíaca no Sistema Único de Saúde (SUS).   

Materiais e Métodos

Estudo ecológico, utilizando como unidade de análise as 140 regiões intermediárias de articulação urbana (RIAU), conforme proposto pelo IBGE, para avaliar a mortalidade intra-hospitalar por internação decorrente de insuficiência cardíaca no período de 2019 a 2023. Os dados de número de internações, óbitos, valor médio e tempo de internação foram extraídos do Sistema de Internação Hospitalar (SIH)/SUS. A análise descritiva utilizou o software de geolocalização GeoDa para a criação de mapas temáticos. Foi utilizado o Índice Global de Moran para verificar a existência de agregados territoriais. As análises espaciais foram realizadas com uma matriz de primeira ordem com contiguidade tipo “Rainha”.

Resultados

A mortalidade intra-hospitalar variou de 5.20 a 28.5%, com mediana de 12.4% e IQR 10.5-15.6% (Figura 1), com formação de agregados espaciais (Figura 2; I de Moran 0.191, p=0.002) . O gasto médio variou de R$666 a R$3.304 (mediana de 1.527, IQR 1.158-1.982) com formação de agregados espaciais (I de Moran 0.166, p = 0.002). O tempo médio de internação variou de 3.94 a 13.6 dias (mediana de 6.81 dias, IQR 5.74 a 8.17).  

Conclusões

A mortalidade intra-hospitalar por insuficiência cardíaca no período de 2019-2023 é alta e compatível com a do I Registro Brasileiro de Insuficiência Cardíaca (BREATHE, de 2015). Há significativas assimetrias entre as taxas de mortalidade e gastos ao longo do território nacional. Estes indicadores permitem o desenvolvimento de estratégias de intervenção e direcionamento de recursos mais eficazes para melhoria da assistência hospitalar ao paciente com insuficiência cardíaca.