Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca

Dados do Trabalho


Título

Mortalidade por internação de insuficiência cardíaca de 2014 a 2023: Um estudo por regiões brasileiras.

Introdução e/ou Fundamento

A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição crônica grave que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, resultando em significativa morbidade e mortalidade. O estudo BREATHE (Brazilian Registry of Acute Heart Failure) demonstra que a hospitalização por descompensação da insuficiência cardíaca está associada a taxas de mortalidade mais elevadas, tanto durante a internação quanto após a alta hospitalar. Pacientes com IC que necessitam de hospitalização apresentam um maior risco de complicações e de deterioração do quadro clínico, o que pode resultar em desfechos adversos, incluindo óbito.  

Objetivo

Determinar a mortalidade hospitalar da insuficiência cardíaca nas regiões brasileiras no período de 2014 a 2023.

Materiais e Métodos

Estudo ecológico, realizado a partir de dados analisados por estatística descritiva e coletados no Sistema de Morbidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS) vinculado ao DATASUS, em abril de 2024. Foram analisadas as internações hospitalares por insuficiência cardíaca no Brasil no período de 2014 a 2023 e extraídos os números de óbitos em internações nesse mesmo período, utilizou-se o teste qui-quadrado para comparar percentuais de óbito entre sexos.  

Resultados

No período de 2014 a 2023 foram observadas 1.994.533 internações por insuficiência cardíaca, destas 11,35% resultaram em óbitos. A região Sudeste demonstrou um maior percentual de mortes por internação 12,69%, seguida da região Norte com 11,56%, região Nordeste com 11,00%, região Centro-Oeste com 10,17% e Região Sul com 9,53%. O ano que mais obteve óbitos por internação foi 2021, representando um valor de 13,54% de óbitos por internações. O ano de 2014 foi o que teve uma menor porcentagem de óbitos por internação com um valor de 9,84%. Das internações de pacientes do sexo feminino, 11,71% resultaram em óbitos, já as do sexo masculino, 10,86% resultaram em óbitos. A maior porcentagem de óbitos por internação foi encontrada na faixa etária de mais 80 anos com 17,21% de óbitos a cada internação, seguida pela faixa de 75 a 79 anos com 12,55%, 70 a 74 anos com 11,25%, 65 a 69 com 10,13% e menores de 1 ano com 10,02% respectivamente.

Conclusões

As porcentagens de óbitos por internações de insuficiência cardíaca demonstraram-se sem grandes variações por região; ademais, não se encontra diferença estatisticamente significativa entre os percentuais de óbitos de mulheres e homens em internações por insuficiência cardíaca, usando o teste de qui-quadrado. Por fim, observa-se maiores percentuais de óbitos em faixas etárias mais elevadas, provavelmente pelo maior número de comorbidades associadas e ao próprio processo do envelhecimento cardíaco; contudo, nota-se ainda uma elevada frequência de óbitos entre os recém-nascidos, quando comparada às demais faixas etárias, com quase certeza, pela complexidade de muitas cardiopatias congênitas.

Área

Pesquisa Básica

Autores

IANE DA ROCHA TEMPORAL, TIAGO DE CARVALHO BARBOSA, NÍCOLAS GABRIEL DE OLIVEIRA, EDUARDO MEIRELLES TERRA, MARIA DAS NEVES DANTAS DA SILVEIRA BARROS