Dados do Trabalho
Título
Os efeitos dos cuidados paliativos na insuficiência cardíaca no Brasil
Introdução e/ou Fundamento
A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição grave que ameaça a continuidade da vida, demanda um tratamento complexo e pode resultar em sintomas incômodos e frequentes internações hospitalares. Os cuidados paliativos podem propiciar o acesso a uma série de medidas terapêuticas para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com IC, nos diferentes estágios da doença.
Objetivo
Avaliar os efeitos dos cuidados paliativos na qualidade de vida de pacientes com insuficiência cardíaca, em comparação àqueles sem essa intervenção.
Materiais e Métodos
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, na qual foram utilizadas as seguintes bases de dados: BVS, PubMed, MEDLINE, LILACS e Scielo. Os descritores aplicados foram “Cuidados Paliativos” e “Insuficiência Cardíaca” com o operador booleano “AND", sendo os descritores em inglês na PubMed e na MEDLINE. Os critérios de inclusão foram: textos completos, disponíveis na língua portuguesa, com recorte temporal dos últimos 10 anos, realizados no Brasil. Os critérios de exclusão foram: textos incompletos, pesquisas não conduzidas no Brasil, falta de clareza e rigidez na metodologia, textos não disponíveis em língua portuguesa e artigos duplicados.
Resultados
As buscas resultaram em 42 artigos encontrados. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 12 artigos. A revisão da literatura indica melhora na qualidade de vida dos pacientes com insuficiência cardíaca que receberam cuidados paliativos, em comparação àqueles sem essa abordagem terapêutica. Os benefícios podem ser observados em diferentes estágios da doença até após o falecimento, no suporte emocional aos cuidadores. Dentre os efeitos observados, estão: alívio dos sintomas, bem-estar psicológico e espiritual, consolidação de uma rede de apoio e redução dos custos de tratamento. Os artigos indicaram significativa melhora na depressão, fadiga, ansiedade e redução do risco de distanásia. Não foi apresentada mudança significativa em relação à dispneia, ao comparar com outros tipos de intervenção. As dificuldades encontradas na prestação de cuidados paliativos incluem a falta de diretrizes baseadas em evidências, a compreensão limitada tanto dos prestadores de cuidados quanto dos pacientes sobre quem se beneficiaria desses cuidados, incerteza sobre o prognóstico do paciente e falta de educação e treinamento adequados para os profissionais sobre como discutir e implementar os cuidados paliativos.
Conclusões
A análise revelou que pacientes acometidos por IC e assistidos por cuidados paliativos apresentaram melhor controle da sintomatologia em comparação àqueles sem essa intervenção e redução do risco de distanásia. No entanto, as evidências para o controle de determinados sintomas, como a dispneia, ainda são limitadas, revelando a necessidade de mais pesquisas nacionais nessa área.
Área
Pesquisa Básica
Autores
ALVARO JORGE TRINDADE MACIEL, Gabriel Nunes De Assunção, Leonardo Cabral Dos Santos, Lorena Costa De Oliveira Cavalcanti, Marianna Christinna Morais Leal Costa, Rafaela Fernandes Barrêto