Dados do Trabalho
Título
Análise do perfil epidemiológico dos pacientes submetidos a transplante cardíaco em Curitiba-PR
Introdução e/ou Fundamento
O transplante cardíaco é uma opção terapêutica para pacientes com insuficiência cardíaca avançada refratária ao tratamento clínico otimizado. Apesar do Brasil ter o maior sistema público de transplante de órgãos do mundo, os dados sobre o perfil epidemiológico dos pacientes transplantados ainda são escassos.
Objetivo
Analisar o perfil epidemiológico dos pacientes submetidos a transplante cardíaco em Curitiba-PR e comparar com dados internacionais fornecidos pela Internacional Society for Heart and Lung Transplantation (ISHLT).
Materiais e Métodos
Estudo observacional e retrospectivo, através da análise de prontuários de todos os pacientes submetidos a transplante cardíaco no Hospital Santa Casa de Curitiba no período de 2011 a 2022.
Resultados
Foram realizados 130 transplantes cardíacos no período e local selecionado. Prevalece receptores do sexo masculino (75,4%), brancos (80,8%) e tipagem sanguínea O (44,6%). A média de idade dos receptores foi de 50,8 anos, com média de índice de massa corporal (IMC) de 26,2 Kg/m2. O tempo de espera em lista para transplante cardíaco foi variável com uma média de 135,2 dias (máximo de 1288 dias e mínimo 1 dia). Sobre etiologia, a mais comum foi idiopática (39,7%), seguida por isquêmica (15,5%) e chagásica (12,1%). Foram realizados 79 (60,8%) transplantes de pacientes em caráter de priorização, sendo o critério mais comum o uso de droga vasoativa (96,2%). Além desses, 3 pacientes estavam em uso de dispositivos de assistência ventricular (1 em uso de balão intraaortico e 2 em uso de circulação extracorpórea - ECMO). O tempo médio de isquemia foi de 164,2 minutos. Em comparação aos dados internacionais, o receptor do nosso estudo apresentou-se mais jovem e com prevalência de tipagem sanguínea O (enquanto prevalece tipagem sanguínea A e mediana de idade de 55 anos pelos dados internacionais) e maioria dos procedimentos realizados em caráter de priorização (enquanto apenas 44,6% dos pacientes ISHLT estavam hospitalizados).
Conclusões
O perfil epidemiológico do paciente receptor apresentou-se semelhante aos dados internacionais em relação a média de IMC, sexo e etiologia mais comum não isquêmica. Em contrapartida, nossos receptores apresentaram-se mais jovens e com maior prevalência de realização do transplante cardíaco em caráter de priorização.
Área
Pesquisa Clínica
Autores
ALINE CARBONERA, Marcely Gimenes Bonatto, Andressa Oliveira Coiradas